Se em Outubro de 2017 chegou ao governo com a pasta da Construção, muito recentemente viu os seus poderes reforçados, com o acoplar do urbanismo e ordenamento do território ao pelouro da construção.
Ligadas por laços matrimoniais e afectivos (padrinhos de casamento), as famílias de João Lourenço e Manuel Tavares de Almeida têm também um longo historial de ligações empresariais na área da construção.
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Segundo a Newslleter África Monitor Intellifence, a principal foi a SOTAL – Engenharia e Serviços Limitada. Esta foi até recentemente participada pela COMENG – Engenharia e Construção Lda., empresa da família Tavares de Almeida; pela JALC – Consultora e Prestação de Serviços Lda., da família Lourenço; e pela SOTIL, do brasileiro Carlos Henrique Zanelatto.
Bairro dos ministérios
Manuel Tavares foi o cabecilha que queria desviar mais de 300 milhões de dólares com o projeto bairro dos ministérios.
As justificações do ministro Tavares de Almeida para a construção do Bairro dos Ministérios – como a geração de empregos para jovens, poupanças para o Estado, etc. – são, no mínimo, absurdas e de uma arrogância inadmissível.
O Despacho n.º 19/19, de 2 de Fevereiro passado, que autorizou a celebração de um contrato com a Sodimo para a aquisição de um terreno de 211,7 mil metros quadrados pelo valor de 344 milhões de dólares. Trata-se do terreno, na Chicala II, para a construção do Centro Administrativo de Luanda, mais conhecido por Bairro dos Ministérios. Um dos principais beneficiários desse dinheiro era o ministro Tavares.
Negócio das estradas
Em Fevereiro de 2020, o ministro Manuel Tavares chamou a imagem para festejar o inicio do designado Programa Nacional de Salvação de Estradas que serviu para ele e sua cúpula engolir os milhões de dólares e kwanzas.
O pacote paliativo contemplou 370 quilómetros e ficou orçado em 175 milhões de dólares. O dinheiro foi dividido por 20 empresas de construção, as tais que farão as empreitadas nomeadas pelo fantasiado ministro, e 11 de fiscalização.
O valor global da empreitada e o número de empresas de construção e de fiscalização que hão de “dividir o mal pelas aldeias” não justificam o jubilo de Manuel Tavares de Almeida.
Na sua edição de terça-feira, 18, o oficioso Jornal de Angola noticiou que apenas 15% (26.250.000,00) de 175 milhões já estão disponíveis no Ministério das Finanças.
Ora, um pequeno exercício de Aritmética dir-nos-á que se do dinheiro disponível fosse dividido em partes iguais (hipótese muito remota) e dele tirássemos 5% para as 11 empresas de fiscalização (é o preço médio que elas cobram por empreitada), temos que a cada empresa de fiscalização caberia qualquer coisa como 119.318,00 dólares. (O caminho é: 26.250.000 x 5% / 11).
Distribuído pelas 20 construtoras, o remanescente de 24.937.500,00 destinaria a cada empreiteiro o valor de 1.246.875,00.
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