Pouco mais de uma semana depois de exarar o Despacho n.º 113/22, de 9 de Maio através do qual o Presidente da República suspendeu as deslocações ao exterior do país dos Ministros de Estado, Ministros, Governadores Provinciais, Secretários de Estado e Vice-Governadores Provinciais de modo a “maximizarem os resultados do trabalho de articulação institucional desenvolvido, bem como efectuar o balanço das actividades realizadas ao longo do mandato pelos diversos órgãos da Administração Central e Local do Estado”, o ministro das Relações Exteriores (na foto principal) chamou a Luanda os chefes de todas as missões diplomáticas angolanas no exterior para, de entre outras tarefas, definir os futuros rumos da diplomacia angolana.
Na sua nona reunião extraordinária, que começa amanhã, sábado, e se estenderá até domingo, os embaixadores e chefes de missões diplomáticas angolanas deverão debruçar-se sobre temas como Política Externa angolana no actual contexto internacional,Diplomacia Digital, um tema subdividido em Política de Comunicação e o Domínio das Tecnologias de Informação.
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Os nossos diplomatas reflectirão, ainda, sobre Os Desafios de Angola face à crescente onda de ataques cibernéticos, a Estratégia Nacional dos Direitos Humanos, asVantagens da nova Lei de Investimento Privado e suas Implicações na Melhoria do Ambiente de Negócios em Angola.
Geralmente acusados de malversação de fundos públicos, os embaixadores e outros representantes de Angola serão educados sobre Finanças , Fiscalização e Prestação de Contas.
Dois anos depois de 2020 e a menos de sete meses para o final de 2022, a nova reunião extraordinária dos embaixadores angolanos deverá, também, discutir a Directiva Estratégica da Diplomacia Política e Económica da República de Angola 20220-2022e, finalmente, a Organização Funcional do MIREX, uma matéria que era suposto ser do completo domínio de todos os embaixadores e chefes de missões consulares.
O Decreto Presidencial que suspende as deslocações ao Exterior dos principais auxiliares do Titular do Poder Executivo tem como fundamento o termo do mandato do Executivo referente ao período 2017-2022.
A pouco mais de três meses das próximas eleições, chamar a Luanda todos os embaixadores e chefes das missões consulares do País no exterior para, de entre outros, discutir as Vantagens da nova Lei de Investimento Privado e suas Implicações na Melhoria do Ambiente de negócios em Angola ou, ainda, os Desafios de Angola face à rescente onda de ataques cibernéticos é uma iniciativa totalmente extemporânea.
Angola tem 53 embaixadas e missões permanentes junto de organizações como Nações Unidas, União Africana, UNESCO, UNICEF, CPLP e outras.
A maior parte das representações diplomáticas angolanas é liderada por idosos que, num eventual segundo mandato do Presidente João Lourenço, dificilmente resistirão ao refrescamento que ele tem introduzido nas instituições públicas.
Tem-se como certo que Paulino Domingos Baptista, embaixador em Santa Sé, Fátima Jardim, embaixadora na Itália, Beatriz de Morais (Botswana), Júlia Machado (Cabo Verde), Joaquim do Espírito Santo (EUA), João Bernardo de Miranda (França), Albino Malungo (Emirados Árabes Unidos) ou Syanga Abílio (Quénia) deverão ceder os lugares à nova geração de quadros formados quer na Academia Venâncio de Moura quer no exterior. Além de jovens formados em Relações Internacionais, na fila para as embaixadas encontram-se vários oficiais generais reformados das Forças Armadas Angolanas, da Polícia Nacional e membros do actual Executivo que não serão reconduzidos num putativo elenco do MPLA.
Desde os tempos de José Eduardo dos Santos que embaixadas angolanas foram transformadas no que o falecido jornalista Aguiar dos Santos designava como “vale dos caídos”.
Chamar embaixadores em fim de carreira para uma reunião que visa adequar a diplomacia angolana aos novos desafios mundiais é um despropositado gasto de dinheiro.
Além de que, é de todo inglório o esforço de inserir idosos como Apolinário Correia, embaixador na Suécia, ou Toko Serrão, embaixador na Argélia, no complexo mundo digital.
Depois da reunião, a totalidade dos embaixadores e chefes de missões diplomáticas deverão regressar aos países onde estão acreditados apenas para providenciarem ajudas de custo para a viagem de volta a Angola, a fim de votarem nas eleições de Agosto.
Correio Angolense
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