A "Vida de Luta" da Dra Milicha e as Inverdades Contestadas pelas Personagens



"Uma Vida de Luta. Estórias esquecidas da história" é o título do livro de memórias da autoria de Maria Luisa Abrantes "Milucha". A obra é considerada pela crítica de estar revestida  de polémicas e "chuvas torrenciais" de acusações sobre várias Pessoas Políticamente Expostas (PEP), muitas delas ocuparam e/ou ocupam cargos de relevo no Executivo, bem como de rostos que dispensam apresentação na sociedade angolana. 


Ao percorrer as folhas do livro, fica-se com a impressão de se estar em presença de uma compilação de textos revanchistas, onde a autora "dispara" contra tudo e todos, que tiveram o "privilégio" que cruzar o seu percurso profissional e/ou círculo privado. 



Ingratidão, desonestidade e traição dominam o enredo das "Estórias esquecidas da história", que tem a chancela da Dra. Milucha. A também Advogada e Consultora Internacional rotula, ainda, algumas "personagens" de possuírem ambição desmedida pelo poder, outras alegadamente serem eternos vassalos de membros do governo e dos Serviços de Inteligência e Segurança nacional e internacionais. 




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Num conto de romance ou de memórias, o autor tem a liberdade de viajar, exteriorizando o que lhe vem à alma, sendo que, no entanto, deverá sempre pautar pelo cumprimento das regras de procedimentos técnicos para se redigir um livro. 


Assim sendo, uma pergunta se impõe: será que "Uma Luta de Vida" foi escrita nas vestes de um escritor Arquitecto ou Jardineiro, como caracteriza George R.R. Martin? 


Dito de outro modo, os arquitectos planeiam, ao detalhe, antes da construção de uma casa, desde o designer ao número de quartos à ornamentação da zona verde, entre outros. Ao passo que o jardineiro "limita-se" a cavar o buraco, lançar a semente e regar, sem ter a noção real do número de galhos e folhas que poderá ter a planta. Assim sendo, a obra em epígrafe identifica-se com o "escritor arquitecto", mas no caso em concreto, contou estórias de personagens, em que os "homenageados" consideram-nas de uma "pilha" de inverdades. 


A tentativa de imortalizar estórias de alguns "VIP's" angolanos, a autora selecionou à dedo os protagonistas que fazem capa de revista, na tentativa de proporcionar ao leitor uma conexão com os dilemas do quotidiano, na expectativa de obter sucessos de bilheteria. 


Contudo, de acordo com as personalidades visadas, o livro traz à ribalta um conjunto de desinformações, que mais se confundem com uma máquina de ódio e revolta universal. 


Em vários trechos de "Uma Vida de Luta", a Dra. "Milucha" apregoa-se como "justiceira", ou seja, numa linguagem clara, a autora afirma categoricamente ser imparcial, incorruptível e rigorosamente justa, o que parece ser contraproducente, a julgar pelos inúmeros tráficos de influência que a mesma diz ter sido responsável. 


Contrariando as sagradas escrituras, no livro de Mateus 6 - 3: "Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita". 


Curiosamente, os "difamados" condenam as calúnia e difamação, que segundo as vítimas que pronunciaram-se até ao memento, na generalidade, estão desprovidas de elementos factuais. 


Olhando para o perfil da autora, percebe-se que estamos diante de uma profissional de "mãos cheias", mas que muitas vezes perdeu a simpatia de algumas pessoas por causa da sua “língua afiada". 


Será uma fuga para frente dos "inimigos de estimação" da Dra Milucha, ou terá havido, de facto, má-fé da parte da autora? Por outro lado, é crivel dar azo a alguém que adoptou um silêncio sepulcral quando o povo angolano clamava por justiça social; calou-se igualmente enquanto assistia silenciosamente o eclodir de males como a corrupção, nepotismo e impunidade? 


Maria Luisa Abrantes tem um currículum digno de realce. Doutorada em Direito Económico e em Direito Financeiro, já ocupou os cargos de Secretária de Estado para Investimento Estrangeiro e Investimento Nacional e PCA da Agência de Investimento Estrangeiro e Privado de Angola, ANIP.


Luís de Castro 



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