O «FALECIDO» COMPUTA DO PUTO GIBAS- CRÔNICA DE SALAS NETO


Em bom rigor, enquanto estive no activo, entre 1979 e 2015, tendo começado como revisor de página no Jornal de Angola e pendurado as chuteiras como diretor do Semanário Angolense, quase sempre tive algum tipo de responsabilidade editorial. E como entre nós o editor também faz habitualmente de professor da cabunga, há muito boa gente a quem ajudei decisivamente a formar-se como jornalista, alguns dos quais hoje mexem a bunda em dadas redacções ou gabinetes de comunicação institucional.

No entanto, entre as dezenas de cambomborinhos que passaram pelas minhas mãos de fada, MODÉSTIA À PARTE, apenas o Honorato Carlos Silva e o Jorge Eurico, hoje grandes figuras do jornalismo angolano, já tiveram a humildade e a Hombridade suficientes para reconhecer publicamente o relativo bom papel que desempenhei na «iniciada» das suas carreiras.



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E eu não era só mestre no domínio técnico-profissional, porquanto também actuava no capítulo da educação moral e cívica DOS INSTRUENDOS. Certo dia, era eu editor de sociedade de uma dada publicação semanal, quando apanho um dos meus discípulos nas malhas do plágio. Passo-lhe um senhor sabão, mas, poupando-o, não digo nada a ninguém. Porém, o mundo é tão engraçado, que, volvidos uns anos, lá estava o rapazito a emparelhar comigo, feito igualmente diretor dum outro semanário luandense. Ora, nem este carcamano alguma vez agradeceu, ingrato de merda.

Pois, o Gilberto Neto, hoje jornalista com nome feito no mercado, era um desses miúdos de quem fui editor, no início da sua caminhada, ao lado do António Quino, Pombal Maria, Vitória Ferreira e outros de quem já não me lembro. Aconteceu na segunda metade dos anos 90, na redação do Folha 8. Rapaz revoltado com a vida e altivo demais para quem estava a começar, ele seria ENXOTADO do jornal umas quantas vezes pelo dono da «boca», o também instável William Tonet, por dá cá aquela palha. Rijo como um imbondeiro, o então aspirante a jornalista escondia o orgulho e lá ensaiava o regresso, sendo que era eu, que lhe conhecia o potencial, quem amolecia o complicado patrão. E foi mais ou menos assim que o puto se aguentou, até que se impôs, para depois abraçar outros desafios, já não me lembro quando, sendo que eu abandonei o barco no início do novo milénio.

Desde essa altura que não sabia do Gilberto Neto , embora não houvesse razões para este afastamento radical entre nós, já que sempre nos déramos muito bem ao tempo em que interagimos no Folha 8. Eu era como um irmão mais-velho para ele.

Há dias, precisamente a 16 de Fevereiro, sou surpreendido por uma notificação para uma publicação do Gilberto Neto no facebook. Quando lá vou ter, quase caio de cu: num «cocktail molotov» em que ensarrabulha crónica, comentário e artigo no mesmo prato, com o conflito russo-ucraniano como pano de fundo, o puto me acusa de lhe ter burlado um computador, que pedira emprestado para arrumar o «manuscrito» do meu primeiro livro (Kafuka-fuka\Crónicas do Areal, Samanyonga Editora, Luanda, 2004), com a agravante de o ter coado na hora dos agradecimentos, coisos e tal.

Ele fala algumas verdades: pedi-lhe o computador e acabei por ficar com ele, mas há um pormenor que o miúdo omite, não sei se de má fé ou se por algum lapso de memória, que pode ter resultado em prejuízos incalculáveis para o meu bom nome, depois de exposto como um reles burlão de computadores alheios.

Ainda que houvesse alguma justeza, não deixa de ser espantoso o tempo (20 anos) que o Gilberto Neto levou para apresentar a reclamação, até porque nunca ouvi que ele fosse atrasado mental.

O certo é que tive o computador em dois momentos: num primeiro, em que o devolvo depois de acabar o salo, e num segundo, um bom tempo mais tarde, em que ele me é entregue já como «lixo», a ver se arranjasse algum craque que conseguisse sacar do disco duro o meu «manuscrito», após me terem sabotado as três disquetes nas quais o guardara.

Por sorte, encontrei alguém que conseguiu recuperar o grosso do esboço da obra, o eng. João Daniel, que acabaria por ficar com os «restos mortais» do computador do puto, diante da minha inocente anuência, uma vez que o dono já não fizera qualquer tenção de que ainda precisaria da sucataria.

No fundo, acabei APENAS por fazer de INTERMEDIÁRIO DE UM DADO «aterro sanitário» DE COMPUTADORES. Longe de mim tentar burlar quem quer que seja. Caluniar é pecado, ó puto Gibas.

Quanto aos agradecimentos, devidos, mas que já adiantei porquê, isto é conversa para outros carnavais.




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