Lolo Kitumba, Any ( Ana lourenço ) Ambrósio Lemos, Aragão Campos, Brito Júnior entre outros.
Agora com o perdão negociado e imposto de fabrico do JLO/MPLA que só vale enquanto ele for poder em Angola.
Pois somos muitos os que não reconhecemos este perdão e ainda bem.
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Estes meus ex companheiros de cadeia nunca vão abrir as suas bocas para falarem sobre os acontecimentos do 27 de Maio, o que é pena.
Pois qualquer uma dessas figuras aqui nas fotos são personagens como eu e outros tantos que passamos pelas masmorras da DISA/MPLA.
Nos acontecimentos do dia 27 de Maio de 1977, quer dizer eles possuem também um papel de destaque na narração dessa história como sobreviventes que são.
Mas quanto sei estão condenados a não abrir as suas boas para contribuir cumprindo assim, com um dever, eu digo mesmo uma obrigação moral e patriótica.
Que temos em contar a essa e outras gerações vindouras o quanto foi duro, cruel e brutal aqueles momentos vivenciados nas cadeias.
Pois, nenhuma história ganha mais interesse e importância do que quando contada pelos seus protagonistas na primeira pessoa como figura central.
Como personagem principal, ator, herói entre outros nomes que se reservam para pessoas que viveram elas mesmas os acontecimentos.
Eles com a sua contribuição como protagonistas que vivenciaram todos aqueles momentos históricos.
Tal como todos nós, são parte das figuras principais que definem o ponto de vista dessa história dos acontecimentos do 27 de Maio nas cadeias.
A Any por exemplo era assim que a conheci ainda no tempo colonial hoje Ana Dias Lourenço.
Dado não haver quase mulher que esteve detida que aceita se pronunciar tirando uma outra amiga que vai me piscando os olhos para falar dela sem mencionar seus nomes.
Poderia falar dos horrores que as mulheres sofreram na cadeia de São Paulo por exemplo.
Onde houve casos de violações sexuais e até de bizarrismo contra as mulheres, como aconteceu com a Luísa Fontes, minha amiga desde Belize / Cabinda até ao bairro nas Bs.
Que quanto sei, ainda lutou tentando proteger seu corpo antes de ser violada sexualmente mas que mesmo assim.
Acabou violada por uma quantidade de militares e depois levada no mesmo dia e executada, há outros relatos sobre as mulheres que poderiam ser contadas por exemplo por ela.
Também sei de um caso de uma branca que era de um outro processo que já esteve mais tempo na cadeia.
Ela tinha entrado antes do 27 de Maio uma tesuda meia histérica que para satisfazer.
As suas necessidades fisiológicas ela mesma é quem convidava um ou outro carcereiro para umas remadas no chão frio de betão da cela.
Continuarei para abordar com mais profundidade essa questão sobre vozes silenciadas ou hipotecadas.
Pois há explicações que não quero deixar passar das conversas que já tive com uma outra pessoa.
Entre os silenciados ate hoje e condenados a morrer levando consigo o que seria uma boa contribuição para o engrandecimento dessa história horrorosa sobre o sofrimento nas cadeias.
Fernando Vumby
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