A Marcha Acelerada da Quinta Coluna- ARTUR QUEIROZ



O dicionário de António Morais Silva, o melhor que existe, define corrupção como podridão, devassidão, depravação, perversão e adulteração. É este o sentido da palavra na história verídica que parece mentira mas aconteceu, com nefastos resultados para a empresa pública de Media, Edições Novembro.



O Governo decidiu que o sector empresarial do Estado na área da Comunicação social deixava de ter direcções-gerais na sua gestão e passava a ter conselhos de administração. Uma medida que deu às empresas ainda mais autonomia e aos jornalistas, melhores condições para exercerem a sua profissão em Liberdade. Nessa época, o director-geral era José Ribeiro que foi convidado para exercer o cargo de presidente do conselho de administração e apresentar nomes para administradores executivos e não executivos. Ele entregou a sua lista que, alguns dias depois, foi devolvida com alterações.




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Para saltar capítulos vamos à corrupção. Uma administradora que lhe foi imposta, exigiu levar de casa uma secretária particular, uma chefe de gabinete, um motorista e um segurança. Levou. O PCA queria nomear para a administração António Ferreira “Aleluia”, seu director da publicidade. Um quadro fabuloso (e grande jornalista) que transformou a cabeça comercial da Empresa Edições Novembro, numa máquina de fazer dinheiro.


A proposta de José Ribeiro foi rejeitada e impuseram-lhe o director de um jornal privado. Pela primeira vez na História da Humanidade, o responsável máximo de um jornal privado era ao mesmo tempo administrador de uma empresa pública de comunicação social, que editava vários títulos concorrentes. Podridão, devassidão, depravação, perversão e adulteração. Corrupção à luz do dia e sem truques ou cortinas de fumo.

O resultado destes actos de corrupção foi devastador para a Empresa Edições Novembro. Vou apenas dar um exemplo. O PCA José Ribeiro conseguiu mobilizar quadros para criar um “copy desk” com elevado nível técnico. Num jornal moderno, esta estrutura é constituída por jornalistas seniores com longa experiência e elevada craveira profissional. Ao mesmo tempo, esses quadros integraram o Gabinete de Formação Permanente. Todas e todos, sem excepção, ensinaram aos mais novos, tudo o que sabiam.

Na vigência dessa administração da Empresa Edições Novembro foi tudo rebentado. De tal forma que hoje o “copy desk” tem apenas dois funcionários e nenhum é jornalista, tem experiência ou conhecimentos da gramática e linguagem jornalística. São apenas revisores da língua portuguesa. Quanto ao Gabinete de Formação Permanente foram ver, estava morto. Podridão, devassidão, depravação, perversão e adulteração. Corrupção que causou gravíssimos prejuízos à Empresa Edições Novembro e aos seus jornalistas profissionais.


Rui de Carvalho foi um dos maiores jornalistas angolanos de sempre. Quando regressei à Emissora Oficial de Angola fui ter com ele e pedi-lhe para ocupar na grelha o espaço do “Paralelo 9”, programa nocturno de Norberto de Castro, entretanto deportado para Cabinda. Depois de muito pedinchar ele aceitou. Nasceu o “Primeira Mão” que tinha como subtítulo “Até os Deuses Gostam do Desporto”. Propus que fosse “Os Deuses Também Gostam de Desporto”, mas ele rejeitou e ficou como queria. No final de 1974 enfrentávamos tremendos desafios que punham em causa o MPLA.

O meu saudoso amigo e camarada não era adepto da teoria da conspiração, mas tinha uma crença que manteve até à morte. Rui de Carvalho dizia que no seio do MPLA existia uma “Quinta Coluna” que tinha como missão, destruir tudo o que estava bem, transformar em derrotas, as mais saborosas vitórias. E identificava alguns nomes que passaram a ser os seus inimigos de estimação. Aquela golpada na Empresa Edições Novembro, a partir da administração, só pode ser obra da “Quinta Coluna”.

Hoje chegou-me às mãos um texto com o título “Antigos gestores do jornal de Angola zeraram as contas” que também tresanda a conspiração da “Quinta Coluna”. O conteúdo do texto não me interessa para nada, porque ele é anónimo. Mas são referidos dois nomes que não são “antigos gestores do Jornal de Angola”. São actuais. Fazem parte do conselho de administração. Não vou revelar os seus nomes, mas quero dizer que um deles é um técnico de sistemas gráficos com enorme valia. Sem ele, a empresa vai passar mal. O outro é jornalista.


Os melhores profissionais da Imprensa Angolana estão ao serviço da Empresa Edições Novembro, trabalham nos seus vários títulos. E este, é profissional, há longos anos, do Jornal de Angola. Eu sou jornalista há 55 anos, comecei na Rádio e Imprensa angolanos, conheço bem o meio. Sei distinguir um excelente profissional, de um mau ou péssimo. Este que é visado no texto anónimo, é o que mais sabe da operação num jornal diário. Se sair da empresa, os prejuízos serão imensos.

A “Quinta Coluna” lançou este texto anónimo para estragar a vida ao actual PCA e director do Jornal de Angola, Drumond Jaime. Porque o objectivo é afastar dois administradores de inquestionável valor, actuais, mas que no título do texto são tratados como “antigos gestores do Jornal de Angola”. E uma vez afastados, o lugar deles será ocupado por quem faça o pior possível. Porque em Angola não há ninguém melhor do que os dois visados. Acreditem em mim que trabalhei com eles e nem sequer temos uma relação de amizade, como tenho com outros que trabalham no Jornal de Angola e na empresa. Não deixem a “Quinta Coluna” estragar o que está a melhorar.

A propósito. Resultado trágico da marcha acelerada da “Quinta Coluna” é o ministro da Justiça e do 27 de Maio. Ele não deixa pedra sobre pedra!

 




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