O ERRO DE CARLOS ALBERTO
Dizer o que se pensa, é o símbolo expressivo e belo da vitória da liberdade do ser humano, que, no entanto, deve se ser prudente, no seu exercício, para não sermos ressonância de consciências que lutam pelo contraditório diante de uma sociedade cansada das mazelas de que são autores os senhores do partido que governa Angola. O senhor Carlos faz questão de chamar a atenção à distinção semântica da polissemia da expressão “Santa Igreja”, o que o levou a dar aulas que ele pouco entendeu, ao menos ao referir-se ao conteúdo formal da expressão. A Igreja é SANTA, porque o seu fundador, Jesus, é SANTO. E vozes dos académicos da Igreja dizem mesmo que “a Igreja é santa e pecadora” (Mistério e Sacramento): Santa, devido o seu fundador; Pecadora, devido ao seus membros, que são peregrinos rumos à eternidade (e Jesus disse: eu vim para os pecadores). Sobre isto, faltou ao senhor ter uma catequese e conhecimento da Igreja sem os preconceitos impostos pela defesa do pão. Pelo menos, desde o pedido de desculpas de S. João Paulo II em Yaoundé, sobre os pecados da Igreja em relação a colonização e outros problemas, se vem fazendo caminho de que o nosso cidadão e jornalista desconhece ou finge ignorância a respeito.
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Sobre o MPLA! A Igreja não está contra o MPLA, pois, muitos membros da Igreja também são membros do Partido. O que se está a chamar a atenção é que o MPLA tome consciência de que Angola não deve descarrilar por caprichos seus, e nisso, o livro de 2 Samuel e de 1 a 2 a Reis, tal como Isaías, Amós, Jeremias, só para citar estes, poderiam ajudar o nosso amigo jornalista. A Igreja Católica tem a sua Sede no Vaticano, como organização, de lá não saem propostas ou opiniões para orientar os Bispos ou padres angolanos em relação a Política angolana; o Vaticano foi constituído por outros motivos de que o nosso cidadão e jornalista desconhece, e julgo faltar-lhe conhecimento sobre o Magistério da Igreja e a sua hierarquia, onde D. Belmiro em Cabinda, por exemplo, é tão independente e equiparável no governo e no sacramento ao Cardeal Filoni, em Roma, ou a D. Ornelas, em Portugal, ou ainda D. Filomeno, em Luanda. A Igreja Católica em Angola não é ressonância do Vaticano, mas disto não foi avisado, ou não sabe por imprudência. A não ser que me indique as fontes que diz saber, que escapam ao meu conhecimento como Sacerdote na diáspora e conhecedor da Igreja desde os meus 8 anos de Idade.
O pregador da Palavra não é equidistante à realidade terrena, como insinuas, porque o Bispo não fala para os anjos mas para os homens e mulheres privados/as do estritamente necessário para se realizarem como pessoas humanas; e o teu partido privou estes homens e estas mulheres, do melhor que Angola poderia dar. A alternância não quer dizer UNITA, a alternância é símbolo de experimentar o novo! E se leres o Novo Testamento, João Baptista foi morto por isso, e Jesus também.
Combater a oposição. Por quais motivos? Falas do crime a que foi indiciado Adalberto Costa Júnior, que não é só católico como também ex-seminarista, a que ponto chegaram as vossas conclusões/investigações? Senão calúnias, difamações e medo de perda de privilégios e mudança dos holofotes da opinião dos académicos capazes?!
Sobre a pedofilia, o senhor não foi avisado de a Igreja ser a primeira instituição que trouxe ao debate público este problema, condenando-o ao condenar até os seus? A pedofilia é uma realidade na sociedade angolana, mas que na Igreja, pelo menos em Angola, são casos isolados em comparação ao geral angolano, que ainda assim a Igreja condena, e muitos no seio da própria Igreja foram afastados por isso, mas o senhor não sabe por estar acomodado às estruturas do seu habitat que o leva a pensar que os Bispos são hipócritas, ou sei lá o quê! Que pena!
“…A IGREJA CATÓLICA DEFENDE A MENTIRA/DESONESTIDADE?” O que querias insinuar? Mentira é o teu Partido que há 46 anos privou-nos de usufruir do que Angola tem de melhor; falta de honestidade mostrou o seu Partido que não conseguiu dar-nos uma vida digna, ao criar elites oligárquicas onde as assimetrias se transformaram no pesadelo do povo. Houve uma divisão primitiva de capitais, o que tornou os afectos ao sistema perigosamente ricos, e os contra, miseravelmente pobres! E isso o senhor não vê, porque o seu Partido é imaculado e a Igreja pecadora, que coragem!
Citando Ismael Mateus (que de Mateus ficou apenas o nome) falas sobre a questão política! O senhor faltou às aulas de Filosofia Política ou nunca ouviu falar de Aristóteles? Finges amnésia ou ignorância? Responda-me: Os Bispos Votam? Se sim, o exercício da sua cidadania passa apenas por isso? Fica sério!
O vosso, teu, problema é refazer a opinião pública e querer que a Igreja siga a vossa onda. Calma aí! A Igreja é independente das vossas loucuras, digo-o, como cristão, que muitas vezes também traio a Igreja, mas tocar no sagrado na sua base, não é só sacrilégio, como ignorância supina que merece palmatória. Os valores de Jesus Cristo, os Bispos estão a apresentar, o teu problema é pensar que os Bispos devem, como tu, incensar o MPLA. A Igreja, por ser fiel a Jesus Cristo, está a incomodar-vos/te; daí a intolerância que manifesta o comportamento típico dos fariseus, hipócritas, raças de víboras, raposas de Herodes. Os representantes da Igreja não seleccionam males, tu é que lês com as lentes do partido. “FAZ-TE AO LARGO”.
Ser político faz parte da condição humana, seria bom que relesses o pensamento político de Aristóteles para dares lição a quem a humanidade é devedora do conhecimento formal, desde a Idade Medieval com os Jesuítas. A Igreja não se confunde com o mundo, pois, ainda não nos esquecemos do apelo de S. Paulo: “Não vos conformeis com a mentalidade deste mundo”. O problema do senhor está em pensar que o bem está em apoiar o MPLA e condenar a UNITA.
Aguardo mais... das suas aporias!
Pe. Mário Zezano
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