O Estado Angolano não é uma pessoa de bem- Carlos Alberto

No fim do ano passado (2021), no Telejornal da TPA, a ser entrevistada pelo jornalista Ernesto Bartolomeu, a ministra das Finanças Vera Daves chegou a afirmar que "o Estado é uma pessoa de bem". Nós temos a gravação da sua entrevista. Esta afirmação não pode ser verdadeira na medida em que a própria ministra das Finanças já recebeu 8 cartas e 12 e-mails de um empresário angolano (hoje a empresa está falida pelo roubo que funcionários do MINFIN fizeram e um dos sócios decidiu suicidar-se (enforcou-se) por isso, porque não aguentou o embate) e a ministra simplesmente não responde a uma solicitação de audiência de um cidadão que pretende provar, com base em documentos em sua posse, que o MINFIN nunca pagou à sua empresa uma dívida que o então ministro Armando Manuel chegou a afirmar num documento com teor falso (que o Portal "A DENÚNCIA" vai exibir brevemente).

Como o Estado pode ser uma pessoa de bem se um servidor público (a não ser que me digam que uma ministra das Finanças não tem obrigação de responder a cartas dos governados que escrevem para si por ter "protecção divina") não recebe sequer, em audiência, cidadãos que escrevem para si a reclamar de comportamentos indecorosos de representantes do Estado?

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Mas que país queremos afinal?

Eu próprio já cheguei a falar com a ministra a aconselhá-la a receber o cidadão em causa para que se esclarecesse o assunto. Por que a ministra das Finanças acoberta, com o seu silêncio ensurdecedor, um roubo praticado no MINFIN? Que proveito tira?

É possível o Estado ser uma pessoa de bem quando os seus representantes promovem suicídios de empresários e de empresas, ficando impune, como se houvesse uma garantia qualquer por parte do Presidente da República João Lourenço de que o crime compensa? Será que esta mensagem que a ministra Vera Daves quer passar quando não responde a 8 cartas (protocoladas) e 12 e-mails de um assunto grave, que vem de 2010, quando é o próprio Estado que assumiu uma dívida com a empresa PRISMA LDA.?

Como o Estado pode ser uma pessoa de bem se os servidores públicos não se preocupam em proteger o seu Bom Nome, Honra, Imagem e Reputação, com esclarecimentos oportunos sobre reclamações dos cidadãos? É possível?

Qualquer servidor público (incluindo o Presidente da República) tem a obrigação de responder a cartas dos cidadãos que, por qualquer razão, escrevem para si.

Isso não é só um imperativo legal é também uma questão de respeito pelas pessoas.

Ninguém pode achar que vive no Céu e os outros vivem abaixo de si. Aqui ninguém é Deus.

Nós nunca vamos conseguir ser um país normal quando servidores públicos acham que têm o rei na barriga, violando tudo e todos, e nada lhes acontece. Assim, nunca vamos ter um Estado angolano como "pessoa de bem". É tudo falso. E o Portal "A DENÚNCIA" vai provar isso.

Carlos Alberto (Jornalista e Director do Portal "A DENÚNCIA")