No passado mês de Janeiro e no presente mês de Fevereiro do ano em curso, o Município da Matala, na Província da Huíla, foi palco de dois factos que configuram tragédias humanas de proporções inqualificáveis.
O caso de fome que levou ao canibalismo
Na Comuna de Kapelongo, aldeia de Kuvoko, uma família de 6 membros ficou dias a fio sem comer. Os filhos do casal possuíam as idades de 14, 10, 8 e 5 anos, respectivamente.
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Depois de terem ficado 6 dias à fome, três dos irmãos (de 14, 10 e 8 anos) mataram o irmão menor de 5 anos e cozinharam partes do cadáver do rapaz para saciar a fome. Os pais estavam ausentes. Dos três irmãos encontram-se hospitalizados dois, a saber, o de 14 e o de 12 anos, os quais, à data da internação, apresentavam os corpos inflamados. Quanto ao irmão de 8 anos, faleceu no hospital. Os pais também estão hospitalizados devido ao choque do evento no seio familiar.
O caso da mãe que sacrificou os filhos
A 5 Fevereiro, na mesma comuna, mas na aldeia de Kapalo, uma mãe levou os 4 filhos menores (dos 6 que ela tinha) ao rio com o pretexto de que estava a levá-los para dar banho. Uma vez lá, a senhora lançou-os ao rio, os quais despareceram na imensidão e força da correnteza do rio. Depois de ter regressado a casa, informou ao marido que matara os filhos por não saber como alimentá-los. A senhora encontra-se presa no Estabelecimento Prisional do Lubango.
Os casos que acima descrevo (confirmados por diversos cidadãos das aldeias referidas) demonstram de forma eloquente a tragédia da fome no Município da Matala, um problema que afecta outros municípios e comunas da Província da Huíla.
Ademais, o problema da fome severa afecta a inteira região sul de Angola, situação que demanda do Governo a tomada de medidas que compreendam tanto a decretação de um estado de emergência quanto acções urgentes e sustentáveis de ajuda humanitária às populações afectadas pela tragédia.
- Por Nuno Álvaro Dala (activista) -
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