Sociedade angolana critica: “TPA no bolso de Matias Damásio”



Cidadãos criticam a Televisão Pública de Angola (TPA) por, pela quarta vez consecutiva apresentarem Matias Damásio como “figura de cartaz” do Especial Fim de Ano


Uma vez mais, em quatro anos consecutivos, Matias Damásio “estrelou” a 4.ª edição do programa Especial Fim de Ano, apresentado no dia 30 de Dezembro, numa realização da TPA e MOMENTS Events.


As reacções do público não se fizeram esperar e, por todo lado, choveram duras críticas contra a TPA, acusando-a de “parcialidade” em relação aos músicos angolanos, concretamente ao que diz respeito a este programa.



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Para os melómanos, e a sociedade em geral, é de muito mau gosto e bastante suspeito que, em quatro anos consecutivos, a figura de cartaz do Especial Fim de Ano seja o mesmo cantor. Mesmo que tenham sido convidados um ou dois elementos, como figuras de segundo plano, o programa é claramente tendencioso, ao impingir ao público o mesmo “cardápio” sucessivamente por anos a fio.


“Além de ser um mau trabalho público, é uma falta de respeito aos angolanos, principalmente aos músicos e fazedores de arte em geral. Matias Damásio até pode ser um cantor apreciado por muita gente, porém, para uma televisão pública, de âmbito nacional, num período especial como é o fim de ano, o programa, dito ‘especial’, deveria de facto ser ‘especial’ e apresentar um ‘menú’ variado para satisfazer condignamente os gostos do público”, disse Adriano Alves, amante incontestável, como o próprio diz, e estudioso da música angolana.


As demais opiniões são todas na mesma esteira. Uns defendem que se o programa tem que ter uma fugura de cartaz, então não deveria ser a mesma pessoa todos os anos; além de que o mesmo deveria ter um leque maior de participantes que apresentassem alguns temas do seu reportório. Já outros são de opinião que, sendo um programa de fim de ano, para cativar a maior audiência possível e fazer a diferença, deveria apresentar um espectáculo com maior variedade, com diversos cantores, dos diferentes estilos musicais angolanos, culminando com os mais sonantes nomes, ou temas que foram cantados por músicos que já não se encontram entre nós, da nossa música, com destaque para o semba.


“Se o problema é a Covid-19, deveria ter sido apresentada uma outra figura de cartaz. A televisão é pública e a compra de espaço e tempo de antena não põe”, alvitra a cidadã Marina Pinto.


Outros, de forma mais crítica, consideram que na TPA ainda existem algumas “batatas podres” que continuam a “empestar” o ambiente naquele órgão público de comunicação social e o comandam a seu “belo prazer”.


“É muito suspeito que um músico, que não é nenhum ‘the best’, que não se sabe se é peixe ou carne, porque quando foi para Portugal criticou e até avacalhou outros músicos angolanos e passou a ‘arrotar’ como português, tenha que ser imposto, todos os anos, ao público angolano por uma televisão que é pública e que deveria primar pela angolanidade e pelo real entretenimento dos angolanos em geral”, disse o analista Jap Kamoxi.


Continuando, Kamoxi lembrou que, “algum tempo atrás, alguns realizadores e/ou apresentadores recebiam ‘favores’ de determinados músicos para passarem consecutivamente as suas músicas e falarem deles nos seus programas. Os ‘favores’ iam de somas monetárias a bens materiais, entre outros. Pode ser que a TPA, ou alguém lá dentro, esteja a tirar benefícios com esta exaustiva promoção/valorização de Matias Damásio, espezinhando outros músicos angolanos em geral e prestando um mau trabalho público”.


Logo depois que se começou a anunciar que o Especial fim do Ano seria, novamente, com o mesmo músico que já estivera em cartaz por três vezes e esta seria a quarta, o refrão que mais se passou a ouvir em diversos meios, principalmente, de Luanda, foi: “Matias meteu a TPA no bolso”.


A TPA, há já um bom tempo que deixou de ser a referência televisiva da maioria dos angolanos e, mesmo em tempo de mudanças, em vez de melhorar só vai piorando e perde audiência a cada dia.


Ao longo de 2021, viveu momentos um tanto ou quanto conturbados, que lhe valeram duras críticas, como o caso do Zé Neto, entre outros que, entretanto, têm sido abafados. Tudo o que lhe tem sido apontado como negativo, deveria servir de incentivo e apostar seriamente em melhorar em todos sentidos. Porém, encerra o ano com mais uma mancha!


Jornal 24 Horas 



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