RESOLUÇÃO DE PROBLEMA NO “ESTADO SECURITÁRIO” - JOSÉ GAMA



A propaganda  neste cartaz  sobre o ataque popular a sede do MPLA, no passado dia 10 de Janeiro, é um exemplo concreto daquilo que a investigadora Paula Cristina Roque, autora do livro “Governar nas sombras: o Estado securitário de Angola”, tem reiteradas vezes chamado atenção que “Num Estado securitário tudo é encarado como questão de segurança nacional”. 



O governo poderia ter feito um cartaz moralizando a sociedade  que a destruição  de bens públicos e privados afecta a nossa economia,  altera  o OGE com despesas não programadas, que altera a estética da cidade e etc. O governo levou o assunto  para o campo securitário transmitindo  a destruição   de bens  trás “conflito”.  



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O mais importante para o governo,  não é estudar a origem dos descontentamentos, não é procurar soluções  para os problemas dos grevistas.  O importante  é incutir na mente das   pessoas que o que elas precisam é paz, segurança, e não comida na mesa.  A propaganda dos estados securitários em  África (Ruanda, Uganda, Sudão,  Etiópia, Chad,  Zimbabué), é toda ela assim, de ameaças de “conflito”. 


A África do Sul foi abalada com incidentes do género ano passado mas a mensagem do governo foi mais educativa apelando as pessoas a “salvar a Africa do Sul”. No caso de Angola não se pede para salvar o país. Amedronta se as pessoas de que a destruição do “CAP do MPLA” pode levar o país ao  “conflito armado”.


A propaganda do Governo de Angola, a começar pela imagem,  é  de violência; a da Africa do Sul é mais educacional.



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