O paradoxo da ciência- Graça Campos


Cientistas sul-africanos anunciaram há pouco menos de uma semana a descoberta de uma nova variante do coronavírus que causa a Covid-19.

A Organização Mundial de Saúde identifica a nova estirpe como Ómicron.  

Ainda não está cientificamente comprovado que a nova variante é mais mortal do que as já conhecidas.

Porém, o que deveria merecer o aplauso da comunidade internacional pela descoberta que pode encurtar o caminho da comunidade científica mundial rumo a um antídoto mais rápido e eficaz contra o mortal vírus, está a custar à África do Sul severas sanções internacionais.




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Países europeus, reunidos na chamada União Europeia, cortaram todas as ligações aéreas com a África do Sul; na América do Sul, o gigante Brasil anunciou, também, o corte de todo e qualquer tipo de ligação aérea com a África do Sul.

No continente africano, até agora apenas Angola se juntou ao bloco de países que decidiu isolar a África do Sul.

No domingo, uma aeronave da companhia sul-africana Airlink que levava a bordo também cidadãos nacionais, foi impedida de aterrissar em Luanda.

Membro da SADC, de que Angola também é, a África do Sul tem fronteiras comuns com Essuatíni (antiga Swazilândia), Namíbia, Lesoto, Zimbabué, Moçambique e Botswana. Nenhum desses países cortou ligações com o poderoso vizinho e também não há notícias de que a nova variante da Covid-19, descoberta por médicos sul-africanos, se tenha alastrado descontroladamente nos países fronteiriços. 

Em linha recta, uma aeronave que faça o percurso Angola-África do Sul percorre mais de 2.600.00 kilómetros.

Os maiores e mais caros hospitais angolanos – Girassol e Endiama – enviam recorrentemente à África do Sul para análises de sangue e outras. 

Doentes angolanos, que não encontram respostas satisfatórias nos nossos hospitais, são evacuados para a África do Sul.

Bloqueada por muitos países, nomeadamente pelos membros da União Europeia, a África do Sul tem, agora, dificuldade de acesso a reagentes e outros insumos necessários às pesquisas que faz em torno da Covid-19.

Na terça-feira, um investigador do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, uma das mais cotadas instituições de investigação científica de Portugal, disse à CNN que o bloqueio à África do Sul é um verdadeiro contra-senso. “O mundo está a punir a África do Sul pelo contributo que deu à ciência médica; pela ajuda que é a descoberta de uma nova estirpe do Covid-19. A  descoberta feita pela África do Sul é mais uma ferramenta nessa luta global contra essa terrível pandemia”.

Ontem, quarta-feira, a Holanda disse ter identificado o primeiro caso da nova estirpe do Covid a 19 de Novembro, uma semana antes do anúncio sul-africano. 

Segunda-feira, a directora-geral de Saúde de Portugal confirmou a identificação, em solo luso, de 13 casos da nova variante.

Terça-feira, 30, foi a vez da França confirmar o primeiro caso de Ómicron no seu território. 

O Governo de Angola ainda não comunicou se a TAAG vai ou não suspender os seus voos a esses dois países europeus, à semelhança do que fez com a África do Sul.



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