Muitas vezes os órgãos de comunicação social privados queixam-se da falta de publicidade das grandes empresas nas suas antenas visando o aumento de receitas. A falta de publicidade, tem contribuído para morte de muitos órgãos de comunicação social, tal são os casos dos chamados "Jornais de fim-de-semana" que há muito não se fazem as ruas por incapacidade financeira para a sua produção. Apesar dos reiterados apelos do Sindicato dos Jornalistas para o cumprimento da Lei n°09/17 (Lei Geral da Publicidade em Angola), as autoridades no poder e empresários conotados ao regime, continuam a fazer ouvidos de mercador, marginalizando determinados meios de comunicação social na distribuição da publicidade.
A título de exemplo, a Rádio Despertar, que fruto de um acordo com uma agência, exibia gratuitamente uma publicidade da Movicel com o propósito de atrair grandes investidores, viu-se confrontada com o pedido do departamento de comunicação e marketing desta empresa, para retirada da publicidade invocando algum descontentamento dos acionistas (vinculados ao MPLA) que não queriam associar a marca Movicel à Rádio Despertar.
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Essa atitude desprezível, contraria o disposto na Lei e, enquadra-se numa estratégia do Estado visando a eliminação definitiva dos órgãos privados de comunicação social, face a ausência de financiamento do próprio Estado aos órgãos de comunicação social privados, conforme determina o artigo 15 da Lei de Imprensa em vigor no país.
Cláudio Manuel
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