Nginga Mbandi é seu nome de guerra. Como combatente e militante do MPLA apresenta-se como Rodeth Teresa Makina Gil. Nasceu no Bié, cidade do Kuito. Com dois anos foi para a Lunda, onde o pai era pastor protestante. Com a morte do progenitor, muda-se com a mãe para Teixeira de Sousa (Moxico). Aos cinco anos, a mãe falece, também.
Aos 12 anos, sem prévio aviso à família, resolve juntar-se a guerrilha. Ela e mais 37 pessoas deixaram Teixeira de Sousa rumo ao Dilolo Gare, no actual Congo Democrático, a intenção era chegar à 3ª Região. Este percurso foi feito a meio de prisões e outras peripécias.
Rodeth Gil conta como enfrentou os combates e a dor de ver tombar o marido, o Comandante Henriques Leonel Gama Gil, pai dos quatro filhos, com que se casou. Por ocasião do 46º aniversário da Independência de Angola, a General na reserva e Administradora não executiva na Imprensa Nacional, fala também das conquistas colectivas e de mudanças a fazer em Angola.
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Que consciência política tinha a menina Rodeth, quando, aos 12 anos, juntou-se à guerrilha do MPLA?
Independentemente de não ter tido a imagem clara do que seria o meu ingresso na vida política, posso dizer que aquilo foi mesmo um entusiasmo infantil. Ouvia tantas vezes os mais velhos, de forma muito restrita, a falar baixinho. Muito curiosa, perguntava-me o que é que eles " cochichavam”. Introduzia-me no meio dos mais velhos, alguns deles muito próximos de mim. Eu queria mesmo ver o que era a independência…
Quando chegou a 3ª Região o que lhe surpreendeu?
Para já saímos de Teixeira de Sousa (Moxico) para Dilolo Gare (RDC). Ao atravessarmos a fronteira, todo grupo foi preso. Não permitiram a entrada do grupo naquele país…Na altura, a tropa de guarda fronteira era das Nações Unidas ( UN). Presos os camaradas, foram postos numa caserna. Praticamente fiquei desamparada. Exigiam que eu regressasse, não podia fazer parte do grupo por ser menor. Apareceu um oficial superior das NU e perguntou-me porque chorava. Um soldado disse: "ela tem de voltar”. O oficial disse-lhe: ” Não. Se ela veio com eles, voltará com eles… O mesmo recebeu-me o Bilhete de Identidade e destruiu. A minha ira aumentou, chorei mais ainda… Mas, ele disse-me para não chorar. Entrou para o gabinete e, num papel branco, emitiu um documento, "Lessé Passé”. No documento, aumentaram-me a idade para 22 anos, naquela altura pesava 65 quilos, era muito gordinha-. Até hoje, é a idade que utilizo no meu BI., porque depois, a documentação ficou com MPLA e não alterei mais a idade…
E o que aconteceu aos outros elementos do grupo?
O grupo conseguiu passar e chegou a Kinshasa, onde fomos interpelados e presos por alguns dias… O camarada Aníbal de Melo já estava na Zâmbia, recebeu-nos e daí trilhou-se a entrada para a guerrilha. Depois surgiu o camarada presidente Agostinho Neto que dirigiu o grupo para a entrada no " Maqui”…
Então, saíam de Angola, passavam pelo Congo, Zâmbia e voltavam a entrar para Angola?
Sim. Aquilo era Teixeira de Sousa (Moxico), Dilolo Gare ( Congo), avançava-se para Kinshasa, entrava-se para Zâmbia e depois voltava-se a entrar para Angola, na 3ª Região Politico-Militar que compreendia todo o Leste.
Testemunhou a abertura de alguma outra Região?
Sim, a 4ª Região. Era Lunda, Malanje e Uíge.
Qual era a sua tarefa específica no Maqui?
A primeira tarefa específica do MPLA era capacitar as pessoas para saberem quais eram os ideais que o Movimento preconizava. Eu participava dessas formações. Além disto, cuidava da logística; ver o que os dirigentes comiam, em que copos bebiam e que água podiam utilizar…essa era a logística da equipa de direcção (Agostinho Neto, Aníbal de Melo, Ndyandengue, Maria Carlos e o seu marido).
CONTINUAR A LUTA POR UM BRAVO COMANDANTE
Com quem a senhora se casou?
Com Henriques Leonardo Gama Gil, também filho de um pastor. Ele, o camarada Kundy dya Zabu foram na abertura da 4ª Região, eram os comandantes.
É verdade que nas matas, quando o Comandante Gil foi morto em combate, a senhora liderou as tropas? Onde buscou forças?
Ele tinha a missão de libertar as zonas. Porque todas as equipas, divididas em secções, comando, até o comando geral, tinham um programa a cumprir, concebido e dirigido rigorosamente pelo nosso Movimento. Ele, como comandante da 4ª Região, tinha os seus programas operativos para a libertação das zonas das garras coloniais. Venceram sete combates e, como é óbvio, a tropa ficou muito satisfeita. Saíam da última batalha cantando. Afinal, estava escondido um grupo da UPA que fez uma emboscada contra os guerrilheiros do MPLA. Não contra o colonialista português - É preciso lembrar isso, apesar de estarmos em paz e a união ser tudo o que queremos -. Mas, isto não apaga a nossa história… O Comandante Gil morre nestas condições. Eu estava a dirigir a minha secção militarmente e estava na operatividade quando recebi a notícia. O que fazer? O nosso lema era continuar…Foi o que fiz. Eu ganharia o quê ficando a chorar por um bravo Comandante, ao invés de continuar a luta pela liberdade? Foi o que fiz.
Comandando aquele grupo?
Sim, comandei àquele sector. Conseguimos fazer o que tínhamos planeado que era libertar certas zonas e depois marchamos para o Comando General. A partir dali, os comandantes determinaram que eu não iria mais nas frentes. Fiquei a fazer outro tipo de serviço, combatendo, mas já não a comandar tropas. Eles pensaram da seguinte maneira: " o marido já morreu, os filhos vão ficar com quem?”.
Da explicação que deu, os guerrilheiros do MPLA, além da tropa colonial, tinham ainda a UPA para enfrentar?
O MPLA não lutou contra os portugueses, mas, sim, contra o colonialismo português. Porque o próprio povo português também era oprimido pelo regime de Salazar. É preciso explicar isso. Na Luta de Libertação Nacional estávamos misturados. A única ideia era a liberdade. Senão fosse a atitude colonial, de nos jogar uns contra os outros, talvez não houvesse contrariedades ente nós. Houve alguém que estava interessado na nossa Terra...
Paralelamente a isto, hoje sabemos que nas matas, entre os guerrilheiros do MPLA, existia contrariedades. A senhora confrontou-se com situações do género?
Ouvi e vivi algumas situações. Mas, digo o seguinte, o ser humano é complicado, nunca está satisfeito com nada. Este é que é o problema. A direcção está aqui, o lema é este, o estatuto está aqui, temos cabeças para pensar. Mas, o ser humano, quanto mais tem, mais quer. Muitas vezes, isto desune as ideias… Houve oportunismo, sim. Lembro-me muito bem que estava na Tanzânia, quando começou um tumulto. Lembro-me bem que dirigido pelo Agostinho Neto, o MPLA reuniu, na Casa Grande, para a análise deste acontecimento. O presidente Neto, quando entrou, disse: " camaradas, não vim exigir nada, apenas deixar o seguinte recado, quem quer continuar com o MPLA/Agostinho Neto, fica. E quem quer sair para ir atrás de um movimento fundado por militantes nossos, também pode ir”. Pronto, Neto deu liberdade para cada um escolher em que movimento queria inserir-se…
O outro movimento era a Revolta Activa ou a Fracção Chipenda?
Exactamente esta fracção. Até chamava-se Revolta do Leste. A dada altura, eu disse, peço desculpa, não é Revolta do Leste. Revolta Chipenda, sim. Depois chamou-se Fracção Chipenda. Foi melhor assim, do que enlamearem uma Região. Portanto, a Fracção Chipenda já era fruto destas confusões...
GESTA E NASCIMENTO NO MAQUI
A senhora teve quantos filhos, todos nasceram no "Maquis”?
Tive quatro filhos (três raparigas e um rapaz). Todos nasceram nas matas. O rapaz, o caçule, quando o pai morreu tinha dois meses. Actualmente, tenho apenas três filhos. Uma morreu de ataque cardíaco. Deixou-me um menino que também já é um homem…
Quando a Comandante tivesse que ir para as frentes de combate, com quem ficavam os seus filhos?
Deixava-os com os camaradas que estivessem por perto. Não havia ninguém. Entre nós mesmo cuidávamos das crianças. A dada altura, quando me foi atribuída a responsabilidade de comandar o Sector " Fura Mata”, as minhas duas filhinhas ficaram com o Comandante Hoji-ya-Henda.
Quer dizer que as primeiras lições escolares os seus filhos tiveram na mata?
As mais velhas, sim. Pelo menos a pré-primária…Depois, o camarada Presidente Neto decidiu que as crianças deviam estudar fora do país. Pessoalmente, não fiquei muito confiante. Não sabia para onde é que iam, com quem iriam ficar. Aquela toda insegurança de uma mãe…
Do seu percurso político e militar, o que é que mais orgulha os seus filhos?
O meu percurso político e militar, eles põem no canto. Para eles, só há mãe, o ser humano, e mais nada.
"SEM UMA INICIATIVA, O ESTADO NÃO SONHA”
Numa entrevista ao Jornal de Angola, a senhora disse o seguinte: " nós (angolanos) temos a possibilidade de ter as mínimas condições, desde que estejamos unidos em torno da mesma ideia e da ansiedade de acabar com a pobreza”. O que falhou nestes 46 anos para não se acabar com a pobreza?
O que lhe posso dizer é o seguinte: Chamo-me Rodeth Gil. Se não me afirmo na minha profissão e sintir-me pessoa e não faço o possível para ter o meu pão, ninguém pode fazer por mim… Cada angolano deve sentir-se responsável por ele próprio. Nunca esperar que alguém faça por ele. Porque um pedinte é como um escravo. Vemos muitas mulheres a vender nas ruas. Não o fazem por vontade, mas por necessidade de ganhar o pão. As vezes, o companheiro está em casa, não tem emprego, mas, elas saem à procura do sustento… Da pouca experiência que tenho, não conheço nenhuma nação que dá emprego a todos os cidadãos. Quem tem que incentivar o surgimento de emprego é o povo, com iniciativas claras. Hoje, vinha de casa para o serviço, observei um cidadão a pedir dinheiro a um casal que estava num carro, a senhora ofereceu-lhe uma sandes, ele atirou-a para o chão. Disse que queria dinheiro. Fiquei triste… Queria dinheiro para quê? Para comprar bebida alcoólica? Estamos a destruir a Nação… há muito consumo de álcool e de droga. Isto está a afectar a Nação. Não digo que são os jovens, é o povo angolano.
Por outras palavras, a senhora quer dizer que as pessoas fazem muito pouco para sair de situações complicadas, independentemente do que o Estado deve fazer por elas?
Sim, fazem muito pouco. Sem uma iniciativa, o Estado não sonha. O Estado não pode sonhar por nós, por cada família... O Estado tem sim, a sua responsabilidade, e tem de assumir isto perante a Nação. Mas, o povo tem que ter iniciativas… uma coisa que vi no povo tanzaniano é que, em todo o quintal, tem tomate, tem verdura. Porquê que não fazermos isto? Felizmente, a nossa Terra é fértil. Quem tem água em casa, não a deita para a rua, não cria charcos, faz uma horta e rega. Tem de ser o Estado a fazer isto? Não concordo. Temos que emancipar a comunidade.
Quando a senhora dirigiu a Secretaria de Estado para os Assuntos Sociais, também debateu-se com esta realidade (desemprego, pobreza extrema e etc)?
Trabalhávamos em conjunto com os Ministérios da Agricultura, Saúde e Educação para, exactamente, emanciparmos a comunidade. Naquele tempo, a comida tinha de sair do campo para a cidade e não ao contrário. A cidade não produz. Temos que engajar os sobas, os coordenadores de zonas para incentivarem as pessoas a formar cooperativas. E a área social dar a mão necessária.
A senhora acha que o êxodo da população, do campo para a cidade, por causa das guerras, terá determinado o comodismo das pessoas?
Acho que sim. Êxodo da população, sobretudo, para a cidade capital, porquê? As províncias continuarem a ser províncias. Precisam de desenvolver. Tem de haver vontade de todos, da população. Os Governos provinciais estão a dar o seu melhor. Tem de haver vontade da população para aderir a vontade organizativa do Estado. Temos todos de trabalhar. Senão, não vamos a lugar algum. Não haverá um estrangeiro que vai sair de sua terra para beneficiar um angolano, antes o contrário… conheço algumas zonas, aqui mesmo em Luanda, onde a maior parte das pessoas que querem tomar os terrenos não são angolanas. E eu pergunto, estes estão sozinhos? Não. Uma pessoa estranha não entra no seu quintal, faz uma casa de chapa e vive lá na sua presença…cada angolano tem de ser responsável. Um estrangeiro não pode chegar aqui, colocar quatro chapas e o administrador comunal não saber. Não pode. A população tem de estar vigilante. Temos que ajudar o nosso Governo. Isto, não é o Presidente da República que tem de fazer. Ele orienta, e cada um de nós deve saber como actuar. Temos que trabalhar mais para o campo e não para os gabinetes. Na minha opinião, a agricultura continua a ser a base, conforme a palavra de ordem de Neto. Temos que andar muito, sair dos gabinetes…
A experiência de organização, até de implementação de cooperativas, trouxe da Tanzânia ou de outros países em que passou?
Não. Quando Neto disse” a Agricultura é a base”, era aquela palavra de ordem que nós seguíamos. Volto à minha posição dos Assuntos Sociais e digo que, de Cabinda ao Cunene, não aceitava fazer as minhas visitas as cidades. Preferia ir saber o que estávamos a fazer no campo. A comida em primeiro lugar. A comida é a saúde. Responsabilizar as pessoas e o Estado dar apoio. Se as pessoas não têm iniciativas, o Estado, por si só, não faz. Por outro lado, naquele tempo, tínhamos as cooperativas. Não havia problemas nenhuns. Quanto a falta de água, vamos ver por zonas onde cai mais chuvas, tem rio ou mais lagoas e a criação familiar de animais. Se várias pessoas tiverem criações, teremos trabalhadores, a partir daí já damos emprego a alguém. O Estado vai registar e incentivar estas iniciativas.
RECONHECIMENTO DASMULHERES NA GUERRILHA
O seu nome é incontornável quando se fala da participação da mulher angolana na Luta de Libertação Armada. Haverá outras mulheres, cujos nomes não são referenciados por lapso da história?
Digo com franqueza, houve muita mulher na guerrilha. Aliás, a nossa guerrilha para ser triunfante precisou da mão da mulher. Infelizmente, a maior parte destas mulheres já não vive, outras estão numa pobreza extrema. Não há possibilidade de incentivar a vontade destas mulheres. As pessoas andam por ai espalhadas…
Mas, são conhecidas?
Sim. São conhecidas nas províncias, no Leste do país, no Uíge, Malanje, Huambo. De Cabinda ao Cunene há muitas mulheres que participaram. Até fora do país.
Mas, estas mulheres, directa ou indirectamente estavam ligadas ao MPLA. Dentro das estruturas do Partido, não pode apelar para a localização destas camaradas?
Elas estavam ligadas. Alimentaram guerrilheiros, suportaram a guerrilha! Não digo que vou apelar. Dentro do MPLA há uma comissão que tratou da História do MPLA e que trabalha a nível da Nação. Só que as pessoas devem ter a vontade de se apresentar. Não conheço um órgão que possa bater de porta em porta. As pessoas devem ter a noção de que aquilo que não está bom, deve ser apontado. Então, as pessoas estão por ai, os governadores provinciais, as estruturas do nosso Partido a nível das províncias têm a possibilidade de identificar estas pessoas e integrá-las. Temos que investigar…
A Secretaria de Estado para os Assuntos Sociais foi o seu último cargo no Governo. Saiu de lá com o sentimento de dever cumprido?
Sim. Nos 12 anos que fiquei lá, não havia crianças na rua. Lembro-me bem que com as minhas camaradas, a Maria da Luz é uma delas, andamos por Luanda e pelo país á procura destas pessoas e as colocamos em estruturas criadas, cada província tinha a sua. Não havia mais ninguém na rua… Depois de 12 anos de trabalho, pessoalmente, escrevi a pedir a minha exoneração. Claro, que não foi aceite, duas, três vezes. Mas, fui insistindo, até que fui exonerada. Sai de lá consciente de que nenhuma criança, nenhum jovem, nenhum alcoólatra estava na rua. Alguns alcoólatras que recuperamos, até hoje, estão a trabalhar comigo…são chefes de famílias. Sinto-me bem.
MORTE DE ANÍBAL DE MELO E A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA
No dia da Proclamação da Independência, deu-se um evento triste, que foi a morte de Aníbal de Melo. Que sentimento invadiu a sua alma?
Naquele dia, eu estava satisfeita, porque sabia que na hora certa, o camarada Presidente Agostinho Neto havia de proclamar a Independência. Mas, o próprio Presidente, a direcção do MPLA, incumbiram-me a missão de tomar conta de um líder do partido. Para mim, foi uma honra muito grande. Primeiro, o dia da Independência, segundo ser escolhida para cuidar de um líder. Estava duplamente satisfeita. Só que a satisfação depois é inundada pela morte do chefe. Foi ai que me perguntei: " não cumpri? Que castigo vou merecer?”. Até isto também pensei...
Proclamada a Independência, sentiu que todas as adversidades vividas nas matas valeram a pena?
Valeram a pena! Porque a escravatura dói muito e a liberdade é uma satisfação permanente. É uma riqueza muito forte. Valeu a pena sim, porque tenho a minha Bandeira Nacional com as cores escolhidas pelo meu povo. Ninguém consegue tratar o angolano como seu escravo. O próprio angolano não permite. Quem tenta apanha. O angolano não teme, porque é a dignidade dele. A nossa Independência foi o nosso sacrifício e a nossa determinação. Ninguém nos ofereceu. O angolano arrancou a Independência. Isto orgulha-me bastante.
Comemoramos 46 anos de independência. Como é que a senhora vê Angola. Neste momento o que pegaria para melhorar?
Pegaria na consciência de cada angolano, na sua educação social. Porque Angola é dos angolanos e ninguém pode ser irresponsável e responsabilizar o outro em relação as suas condições. Cada um de nós tem de ser responsável por si, para podermos colocar a Nação a frente. Por exemplo, não gosto que as pessoas digam Sua Excelência Senhor Presidente disse… Não! O Presidente orienta. Então, temos que pegar nas palavras do Presidente da Nação e pô-las em prática. Aí, vamos viver bem. Não podemos responsabilizar ninguém. Cada angolano, de uma ou de outra forma é livre. Cada um pode expressar a sua ideia para ajudar a melhorar. Não deve esperar que alguém venha injectar uma ideia. Cada um dá sua ideia para ajudar a melhorar.
Em tempos tão conturbados, em que a juventude tem muitos anseios, o que transmite aos seus netos?
Que cada um seja responsável. A minha responsabilidade terminou com a formação dos meus filhos. Os netos estão formados? Quem não estiver formado, a responsabilidade ainda é minha. Quem estiver formado que use a sua cabeça para pôr em prática a formação que ganhou. Porque se ele se formou alguém gastou. Tem que haver retorno e este sai das iniciativas de cada um. Se o jovem ainda não tem emprego, procura alguma coisa para fazer… Este recado é para todos. Angola foi sempre de jovens, com os jovens e para os jovens. Nós temos uma Nação tão rica, cantámos estas riquezas. Vamos pôr isto na porta de cada angolano. Não custa nada!
O que deve ser feito para que isto seja realidade?
Temos que unir as nossas mentes e cada opinião valer para nós próprios.
Transportou para a vida os princípios que nortearam a sua conduta política e militar?
Absolutamente. Uma pessoa não pode ser como camaleão, mudar de cores. Acredita e mantém-se firme, ou não acredita e vai descansar. Eu acreditei desde o princípio e até hoje acredito naquilo que conheci; a liderança e a marcha do MPLA… Claro que a vida nos ensina e ensina tudo….
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