Bate-boca entre Lourenço e Teta: Ex-reitor da UAN quer que os corruptos do MPLA sejam julgados no partido, e JLo negou



A VI Sessão Ordinária do Comité Central do MPLA realizada segunda-feira, 29, em Luanda, pode significar o fim do percurso de João Teta nesse órgão de cúpula do partido que governa Angola.


Na reunião de segunda-feira, o antigo reitor da Universidade Agostinho Neto sugeriu que os membros da direcção do MPLA envolvidos em escândalos financeiros fossem “julgados internamente” e não pela justiça comum.


Em concreto, Teta defende tratamento diferenciado para os marimbondos do MPLA. Segundo ele, sujeitar membros da direcção do MPLA envolvidos na marimbondagem à justiça comum acarretava desonra e desprestígio para o partido que governa o país.



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À observação de João Lourenço de que o país não deve ter leis específicas para dirigentes do MPLA envolvidos em escândalos, João Teta, que também já foi Secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, contrapôs com a sugestão de que a justiça angolana estaria a seleccionar os alvos.


Depois, e de forma inesperada, João Teta “desviou” o “bate boca” com o presidente do seu partido para o que disse ser a crescente estrangeirização da economia angolana. Teta disse que em todo o país a economia nacional e, nomeadamente, o comércio grossista e a retalho, é dominada exclusivamente por libaneses, somalis, eritreus e malianos.


João Teta calou-se quando João Lourenço lhe pediu provas de algum angolano que tivesse sido preterido por um estrangeiro na “disputa” pelo controlo de algum segmento da economia angolana.


O presidente do MPLA disse ter “visto” xenofobia nas referências de Pedro Teta ao predomínio de estrangeiros na economia angolana. Teta negou ser xenófobo, o que sustentou com o facto de ser casado com uma estrangeira.


Depois de atribuir a João Teta propósitos intriguistas, que visariam dividir os militantes do MPLA às vésperas do seu VI congresso, previsto para Dezembro, João Lourenço “matou” o bate boca com a alegação de que os assuntos ali levantados não estavam agendados.


João Lourenço sublinhou que não está na agenda do VI a discussão e a criação de fórum especial para julgar membros da direcção do MPLA envolvidos na marimbondagem.


João Teta tem no Comité Central do MPLA muitos colegas “enroscados” em casos que configuram marimbondagem. Tais são os casos de Higino Carneiro, Domingos Pitra Neto, Victória de Barros Neto, Marcelino Tchipingue, Vigílio Tyova e Joanes André.


O Comité Central do MPLA tem nova reunião marcada para sexta-feira, também em Luanda. Nessa, reunião, o Comité Central cessante lançará “as bases gerais” da lista dos futuros membros desse órgão de cúpula.


Fontes habituadas ao mau humor com que, geralmente, o presidente João Lourenço reage a críticas ou até mesmo a simples observações “juram” que muito dificilmente Pedro Teta será reconduzido no Comité Central.


Também de fora do futuro Comité Central deverá ficar o recém afastado governador do Kuando Kubango, Júlio Bessa. Na reunião de segunda-feira, Júlio Bessa ouviu do próprio João Lourenço ácidas críticas pelo seu desempenho no Kuando Kubango. Especificamente, João Lourenço atribuiu a Júlio Bessa a letargia total do PIIM no Kuando Kubango.


Nomeado em Julho de 2019, só em Junho deste ano Júlio Júlio Bessa anunciou o lançamento da primeira pedra de 62 empreitadas, das 121 previstas para a primeira fase da execução efectiva do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).


O PIIM é o principal “trunfo” com que João Lourenço conta para as eleições presidenciais do próximo ano.




Correio Angolense 



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