Alguém devia avisar às chefias máximas que o actual modelo dos órgãos de comunicação social estatais não funciona- Maria Luísa Rogério


Sim, prefiro considerá-los estatais porque - se fossem realmente públicos - estariam ao serviço de todos angolanos, conforme prevê a Constituição da República de Angola, a Lei de Imprensa e demais legislação aplicável. 


Embora a lei sugira o contrário, na prática os órgãos são tutelados por quem gere os interesses (entenda-se património) do Estado. Sobre simpatias, equilíbrios e o resto estamos conversados. É compreensível o facto de a balança inclinar-se um pouquinho para o partido dominante, mas há limites para tudo. 




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Há coisas elementares e de fácil percepção. Se não interessarem outros detalhes por serem blá blá blá para inglês dormir, poderíamos reter o risco de a partidarização da imprensa estatizada ser uma faca de dois gumes para o próprio MPLA. 


Os ideólogos da mídia pública deveriam saber que a prestação excessiva não serve, sequer, os interesses do partido governante. Pelo contrário, pode prejudicá-lo porque colocará “sonegados e esquecidos” na condição de vítimas. E as vítimas atraem sempre solidariedade. 


Outro factor inegável é, com algumas excepções, a crescente descredibilização dos órgãos públicos. Julgo estar redondamente enganado quem pensa que Constituição, equilíbrio, equidistância, rigor informativo, etc e tal são valores para sustentar discussões entre intelectuais. Estamos em 2021, o “povo em geral” abriu os olhos. Se tiverem dúvidas, saiam um pouquinho das máquinas com vidros fumados (nada contra, gosto muito da boleia dos meus amigos),  andem de candongueiro, ouçam as conversas nas paragens abarrotadas e nas praças para ouvirem a voz da cidadania. 


Não vale alinhar em teorias de conspiração do tipo “essa Luísa é mesmo da UNITA”! Sou cidadã deste país, avisar quando alguém caminha com a cara suja é um acto de boa fé e até de amizade. Quanto aos jornalistas e ao jornalismo resumo o que me vai na alma com suporte a uma expressão em kinbundo que, traduzida para a língua portuguesa, seria mais ou menos assim: “se ao invés de atingir na cara, a vergonha nos atingisse nas pernas, não andaríamos!” 


Portanto, caros jornalistas, principalmente directores e editores, deixem de responsabilizar as “Ordens Superiores” para o péssimo desempenho. Em democracias nominais é normal os partidos no poder pretenderem dominar tudo. Para todos efeitos são partidos políticos. Mas, os jornalistas devem fazer um esforço para evidenciar que, muito mais do que militantes, são profissionais sujeitos à um código ético-deontológico. Não é só chorar por meios para cobrir bem as eleições. Angola é de todos, é pertença de todos angolanos, não um reduto de escolhidos pelo voto popular.



Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação 

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