O advogado, político e comentarista Manuel David Mendes é o virtual vencedor do «Top Five», prémio que distingue as cinco personalidades mais destacadas do ano, segundo a bitola de um «comité de sábios» do INAEBI (Instituto de Altos Estudos do Bairro Indígena), instituição de investigação científica e produção de pensamento livre no domínio da Sociologia, com subordinação administrativa à fundação Salas Neto. Assim, ele será consagrado como a «figura do ano» de 2021.
David Mendes, que conseguiu a pontuação máxima (7.000, mil por cada um dos sete membros do júri), mereceu a preferência dos especialistas que integram o «comité de sábios», por estar a ser a figura mais mal-falada e odiada do país, por conta dos controversos comentários que debita a cada domingo em horário nobre na TV Zimbo, sobre a vida política, social e económica do país, em jeito de revista de imprensa.
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Curioso é que, apesar de nos descabelar a quase todos em face dos comentários tidos em grande maioria como disparatados com que nos brinda alegremente na «revista zimbo», rubrica que integra o telejornal dominical da noite da estação, na qual é analista residente, serão os seus maiores detratores os ocupantes da primeira fila da enorme plateia que aguarda ansiosa pelas opiniões, ainda que odiosas, do polémico cidadão sobre os grandes assuntos da semana, o que faz dele o campeão das audiências da televisão angolana do momento. Dizia no sábado o Graça Campos, que, tal como Reginaldo Silva, abomina a vedeta da Zimbo, não entender como e porquê a segunda maior estação públicaconcede duas horas do seu espaço nobre a cada domingo para uma «nulidade» como David Mendes dar o seu show. Olha, por acaso eu também não.
Igualmente deputado à assembleia nacional, na qual chegou pela mão da UNITA, que lhe deu a boleia estupidamente apesar de saber que ele estava ligado à «segurança de estado», David Mendes é agora uma das setas dos situacionistas apontadas para o coração do Galo Negro, tendo como alvo preferencial o seu actual presidente, Adalberto Costa Júnior, a quem elegeu como «inimigo de estimação», desde que rompeu o acordo de cooperação que tinha com o partido em 2019. Por falar nisso, abro aqui um parêntesis para perguntar se não haverá alguma inconstitucionalidade no facto do regulamento do parlamento ou assim permitir que deputados se passeiem pela casa sem ligação partidária oficial, quando a constituição só admite a eleição em listas sustentadas por partidos aptos para a disputa, o que parece levantar um conflito de normas de muito bom tamanho, por maioria de razão da lei magna sobre as regras internas do hemiciclo.
O eng. António Venâncio, com 5.895 pontos, ficou na segunda posição, mercê do inesperado mas enormíssimo facto político que criou, ao anunciar a sua intenção de enfrentar João Lourenço, na corrida à presidência do MPLA, no congresso do partido, em Dezembro, tornando-se no segundo homem que teve tomates para desafiar o incumbente na história recente da complicada grande família, depois do general Silva Mateus a José Eduardo dos Santos, em 2008 ou 2012. Por falta de cultura democrática, o paladino do «rio cambambe» estava a ser literalmente bloqueado pela tenebrosa «máquina partidária», pelo que ainda não se sabe se ele conseguirá completar o processo para ser autorizado pela «sub-comissão de candidaturas» a ir a votos, o que ninguém no seu perfeito juízo acreditava que fosse possível.
O terceiro lugar foi para Adalberto Costa Júnior, pela sua enorme capacidade de resistência à feroz perseguição de que está a ser vítima por parte das forças do mal, que tentam impedir a todo o custo que ele vá disputar como presidente da UNITA as eleições de 2022, depois que as primeiras sondagens avulsas passaram a apontá-lo como o principal favorito, por conta do alegado desgaste de que sofrerá o MPLA, partido no poder desde que Angola se conhece como país, há 46 anos. O comité de sábios atribuíu-lhe 5.000 pontos exactos.
Franco Mufinda, o principal rosto da capital e vital campanha governamental de prevenção e combate à pandemia da covid19, para o bem e para o mal, não conseguiu melhor do que o quarto lugar do concurso com 4.150 pontos. Foi da sua boca que ficamos a saber que, afinal, ainda não chegam sequer a dois milhões o número de cidadãos que já completaram a toma da vacina contra a doença, o que não deixa de ser preocupante, por comprometer os planos de recuperação do país.
O jovem treinador angolano Roque Sapiri fecha a lista do «Top Five» deste ano, com 3.890 pontos, por ter conseguido levar o Sagrada Esperança da Lunda-Norte ao título de campeão nacional, quase vinte anos depois da primeira conquista do clube do leste do país. A assinalar ainda a entrada da sua turma na fase de grupos da liga dos campeões, o que é de todo memorável. É o primeiro treinador nacional que volta a triunfar na primeira divisão, mais de seis temporadas depois de Miller Gomes o ter feito pelo Libolo, salvo o erro.
A gala de consagração deverá ocorrer a 20 de Dezembro, no centro cultural e recreativo Kilamba. A partir da edição de 2022, os cinco distinguidos terão direito a subsídios pecuniários, sob patrocínio ainda não sei de quem, embora esteja já a pensar no Palanca VIP do Gabriel Veloso, tido como o «paraíso do cabrité» de Luanda.
A decisão do comité de sábios é inapelável em absoluto, pelo que não vale a pena intentar algum recurso no tribunal constitucional, para tentar invertê-la. Será em vão!
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