Ministro Ricardo de Abreu e seu amigo Ruca Van-Dúnem envolvidos em caso de “compadrio”
"Logo, o valor do negócio agora efetuado, na ordem dos 91 milhões de dólares (77 milhões de euros), afigura-se empolado e excessivo. Por exemplo, o Edifício Chicala [também alvo do mesmo despacho], que tem menos 4.271 m2 de área total, mas melhor localização e mais funcionalidade para escritórios, custa 23 milhões de dólares (20 milhões de euros).
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Ou seja, por mais 4271 m2 no WBC, o Ministério dos Transportes paga uma diferença de 68 milhões de dólares (59 milhões de euros)", justifica na exposição endereçada ao procurador-geral, Helder Pitta Grós.
O jornalista sublinha que o WBC é propriedade da Transporte de Carga a Granel, Lda. (TCG), empresa legalmente constituída a 30 de abril de 1992, que tem como co-proprietário e diretor-geral Rui Óscar Ferreira Santos Van-Dúnem, "amigo próximo e de infância" do ministro dos Transportes, Ricardo Viegas d'Abreu.
Para Rafael Marques o negócio evidencia "indícios de comportamentos que se enquadram na Lei da Probidade Pública", nomeadamente o artigo 28.º que proíbe a intervenção do ministro em assuntos nos quais exista algum interesse relevante, direto ou indireto.
"Há manifestamente indícios bastantes de tráfico de influência, corrupção, improbidade administrativa e violação das leis da Probidade Pública e da Contratação Pública", salienta, no documento, escrevendo que a participação é coerente com a defesa da credibilização da justiça.
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