«Eu te amo, Salas Neto! Com esta inteligência\sabedoria, o que serias se tivesses ido estudar Direito em Coimbra?», assim se interrogava o meu amigo Sousa Jamba, o principal «publicitário» ao serviço da UNITA aqui no facebook, ao comentar a minha publicação sobre o «top five», prémio que atribuiu ontem ao polémico David Mendes o título de «figura do ano», sendo que o texto acaba é por ser muito mais proveitoso para Adalberto Costa Júnior, que se quedaria na terceira posição deste concurso inventado por mim, para distinguir as cinco personalidades mais destacadas a cada temporada, na visão de um «comité de sábios» do INAEBI, o instituto de altos estudos do Bairro Indígena.
No entanto, essa tirada, que tem tudo para parecer muito elogiosa, em compensação pela simpatia que dediquei ao Man Beto e ao seu partido, pode já não ser assim, se eu a entender como uma piada, no que Sousa Jamba também é craque, por uma razão bem simples: a UNITA cometeu um grande pecado contra mim, com implicações negativas tão irreparáveis na minha vida académica, que não consigo perdoá-la, nem mesmo no quadro da «comissão da verdade» que o presidente João Lourenço criou, para sarar as feridas da guerra civil, em prol da reconciliação nacional. Ora, como o assunto já é do domínio público, fui forçado a encarar o «piropo» numa perspectiva de «estiga», já que não me parece que ele possa desconhecer o dossier, mais ainda pela natureza das tarefas que passou a assumir, que obriga ao conhecimento dos passivos sonantes. O meu é um deles, e continua «activo», ainda que a minha elevação na relação com a UNITA (trato-a com absoluta isenção e até simpatia) possa levar a pensar erradamente que já não há mais nenhum ressentimento meu. Há sim! (E duvido que desapareça, mesmo que me levasse à boleia ao parlamento, como fez com os ingratos do Makuta Nkondo e David Mendes, ahahahahahahahahahah).
Bom, como sou obrigado em última instância a conceder o benefício da dúvida ao Sousa Jamba, vou voltar a contar a história do pecado, nem que for só para ele.
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É assim:
Em 1987, era eu jornalista da ANGOP, quando me iscrevi para uma das duas bolsas de estudo para a Hungria que o DIP do MPLA atribuíra à agência. Fi-lo para Direito Internacional, enquanto o meu co-cunhado Isaac Júnior, a quem tinha acabado de buscar no Jornal de Angola, agarrava a outra, que era para um curso técnico. Não havendo concorrência (visível), esperava já só pelo dia da partida. Na pinguilita. Me saiu.
Estava bem longe de imaginar que já havia sido posto na mira da célula da «Brinde» que a UNITA tinha montado no INABE, que lhe permitia formar alegremente muitos dos seus quadros à custa do Estado que combatia nas matas. A chefe e principal operativa da célula era a D. Bernice, já falecida, na prática a verdadeira executiva do instituto, em razão das «compreensíveis» ausências da diretora Francisca do Espírito Santo, que passava mais tempo na vadiagem do que a trabalhar. No meu lugar foi infiltrado um tal de Gideão Catumbela, a quem os tios Josué Isaías (actual PCA) E Emanuel Catumbela, que eram meus colegas, ajudaram a fazer passar como trabalhador da agência de notícias pública, quando era também um grande vadio ou lúmpen do proletariado.
Se calhar, por algum remorso ou para prevenir alguma reação minha junto do DIP, a D. Bernice, que era minha vizinha, disse que haveria de me enquadrar numa bolsa em Lisboa, para fazer língua portuguesa. Impotente, aceitei, mas, como uma desgraça não vem só, o Estado angolano acabou por anular a bolsa, devido à infiltração de candidatos supostamente do Galo Negro por via da fundação Mário Soares, a partir da capital lusa. Aí a vadia já apareceu para a viagem a Lisboa, para a tal anulação da bolsa, fidamãe.
Não queixei a D. Bernice ao DIP, porque eu pensava inicialmente que as manobras fossem do MINSE\DISA, quando, na verdade, eram da «Brinde» da UNITA, o que só fiquei a saber assim que o Salupeto Pena, logo que chegou a Luanda, tratou de ir à casa dela condecora-la pelos bons serviços prestados à causa de Muangai, sendo que uma das missões acabou mbora por me foder a vida toda. Irreparavelmente.
No ano seguinte, ela me enfiou na faculdade de Direito da universidade Agostinho Neto, mas já estava tudo estragado, pois uma coisa é estudar no estrangeiro, longe dos problemas da terra, e outra fazê-lo por cá, com milhões de dificuldades pelo meio. Aliás, depois seguiram-se muitas outras sacanices, algumas de natureza futunguista, incluindo o misterioso desaparecimento do meu processo individual por oito anos, que também contribuíram em boa medida para que não acabasse o curso em tempo útil. A guerra contra mim na «fao» da Agostinho Neto durou 20 anos, entre 1988 e 2008.
Agora que tenho todo o tempo do mundo para fazê-lo, já mais por uma questão de honra, surgiu-me a cegueira como fator algo dificultador, embora não impeditivo. Porra, preto sofre!
Nota: a D. Bernice morreu mal, na dimbinza, mas juro que não fui eu quem lhe «fitiçou». Ela e a UNITA Fizeram mal a muito mais gente.
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1 Comentários
Tudo bem
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