O MPLA nos dias de hoje pode ser comparado a um barril de pólvora. Muitos militantes sofrem calados e contentam-se a "engolir sapos" e fazer de contas que "o País está bom e tem rumo".
Na verdade, o ambiente político que se vive no seio da maior força partidária em Angola é de tensão, existência de alas, cinismo e de muita hipocrisia.
O combate à corrupção e impunidade, bandeira do Presidente da República João Lourenço, fragmentou a espinha dorsal partido, uma vez que os Gurus foram baptizados de Marimbondos e Caranguejos.
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Por essa razão, não é necessário ser um expert em Ciencia Política para perceber que actualmente no MPLA "existem os úteis, os escolhidos e os que podem tombar", aliás, basta olhar para o tão propalado combate à corrupção.
Socorrendo-se ao velho adágio: "os problemas devem ser evitados", os "pesos pesados" do partido recolheram-se novamente à toca.
Para satisfação de João Lourenço, os potenciais candidatos ao cadeirão máximo da Sede Nacional, situada na avenida Ho Chi Minh, em Luanda, não têm a "ficha limpa", daí que não ousaram formalizar as suas candidaturas, porque o passado lhes condena.
Por palavras mais simples, estamos a afirmar que os Camaradas "elegíveis" são os mesmos
saqueadores do erário público, que transferiram a fortuna dos angolanos para os paraísos fiscais, e querem evitar um ajuste de contas nas urnas.
Os poucos que sobram sem mácula de corrupção na PGR, sentem-se coagidos a idolatrar o todo-poderoso Presidente do MPLA. Por outro lado, a nova geração de "Meninos de Leite" do partido está perdida no mar de ostentação e busca insensante por cargos públicos, e quando atinge a meta desejada olham apenas para o seu umbigo e estimulam os cidadãos a mentir para atrair investidores.
Por essas e por outras razões, o cenário de múltiplas candidaturas no Congresso do MPLA foi sempre uma miragem, prevalecendo o culto de personalidade e a obediência canina, a pretexto da eleição do "candidato natural". Basta olhar para o processo de eleição dos secretários provinciais, em que houve candidato único, a nível das 18 províncias.
O engenheiro António Venâncio (AV) aparece como um herói destemido, que morre logo à nascença. Ou seja, a priori era previsível que se tratava de um sonho utópico, ou melhor, um nado-morto, face aos modus operandi no seio dos Camaradas.
Apesar das ilhas existentes na organização política, alguns inimigos de ocasião de J'LO não deram crédito a candidatura de António Venâncio com medo de sofrerem retaliação judicial. Desse modo, cai por terra o "sonho cor-de-rosa", por não reunir o número de assinaturas exigidas pelo regulamento do partido.
Ao militante AV não bastou apenas coragem, faltou também lobbies suficientes e parcerias estratégicas para fazer vincar o seu projecto político. Caso para dizer o barco do Engenheiro AV afundou (ou foi afundado) antes de se fazer ao mar.
Assim sendo, a democracia interna no MPLA teima em sair do papel, retardando o sonho de democratização do país.
Nessa altura, o Xadrezista J'LO deve estar a bater palmas com os pés e a rebolar-se no chão de tanta felicidade por concorrer consigo mesmo a sua própria sucessão.
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