Acompanho, com alguma frequência, o entusiasmo de alguns e o desempenho de outros em, por um lado, se querer colocar a UNITA e o MPLA no mesmo pedastal em matéria de democracia interna, tudo porquê, para os próximos dois Congressos Ordinários (de 2 à 4 e 9 à 11 de Dezembro próximo, da UNITA e do MPLA, respectivamente), as duas maiores formações vão eleger, com Candidatos Únicos, seus Presidentes. A este respeito gostaria de lembrar que, a questão de múltiplas candidaturas na UNITA já vem desde 2003, pese embora que a história regista sinais positivos no passado em que o MPLA também ensaiara múltiplas candidaturas. Daí que, é importante aqui aclarar que o discurso da mesmice em Dezembro próximo não tem razão de ser por dois seguintes aspectos:
1°- O MPLA terá candidato único porquê não tem esta cultura e ainda não se vê preparado para a disputa interna à sua liderança (o Eng. António Venâncio, sem muitos de nós percebermos, lançou as bases ara o enterro das candidaturas naturais no maioritário, com esta sua ousadia), ao nível do topo. Portanto, numa altura em que o General João Manuel Gonçalves Lourenço , actual líder da organização, se fez eleger num Congresso Extraordinário, este será a sua oportunidade de alicerçar sua autoridade ao nível do partido e, portanto, qualquer um que o fizer sombra não ajudará a atingir tal empreitada;
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2° A UNITA não está a realizar um congresso normal. Está a realizar um evento que visa repor a normalidade institucional, acatando uma decisão judicial e, no entanto, legalizar a sua liderança que, como se sabe, tem/teve legitimidade. Não vejo o Professor Estevão Kachiungo, o Deputado Alcides Sakala, o General Abílio Kamalata Numa , tão pouco o saudoso Deputado Raúl Danda a concorrerem com Adalberto Costa Júnior nesta altura. Daí que, um candidato único é o mínimo que se esperaria. Quanto mais um desconhecido entre os vários presidenciáveis naquela agremiação política e partidária?
Dito isto, podemos verificar que candidatos naturais diferem de candidatos únicos. Daí que, não há cá lugar para comparações de fundo entre o MPLA e a UNITA, no que aos candidatos únicos dizem respeito.
Entretanto, há aqui um elemento que é, com alguma frequência, ignorada e tem que ver com o seguinte:
=> Se, de um lado, a UNITA opta pelas múltiplas candidaturas para a eleição do seu Presidente, como um meio para demonstrar sua democracia interna, porquê não faz, entretanto, para eleger os seus órgãos intermédios: Secretários Provinciais e/ou Municipais do Partido (que são nomeados pelo Presidente sem, pelo menos, passe por um acto colegial em volta da entidade a ser nomeada)?
=> Do outro lado, de onde se acusa se não haver democracia, no MPLA, apesar de o Presidente ser eleito, até aos nossos dias, em chapa única, acontecem eleições até para as estruturas de base: Secretários dos CAP's, Distritais, Municipais e Provinciais (sem descorar de que, nalguns casos, os candidatos são únicos e nos que há mais de um, costuma ser para o inglês ver). Porquê será que este aspecto não é partilhado por outra organizações partidárias?
Há, portanto, um equilíbrio no ser e no agir entre as duas maiores forças políticas do país. Pois, enquanto a UNITA ministra a lição das múltiplas candidaturas para a liderança do partido, o MPLA dá a aula de eleger, até nas estruturas de base, a direcção da organização. Pelo que, entre as duas não há a mais nem a menos democrática. Têm apenas formas peculiar de ser/agir e devem, ambas, evoluir e se adaptarem ao contexto.
Mahezo???!!
Atenciosamente
Malunda Ntchima ,
DE NAMBUANGONGO, - A LOCALIDADE MAIS ESQUECIDA PELO EXECUTIVO DO MPLA -, 12.11.2021.
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