AINDA A «ZAULADA» SOBRE O JOMO! - SALAS NETO



O inesperado despedimento do governo do académico, crítico literário, expositor e músico Jomo Fortunato, nesta quinta-feira, exactamente um ano após a sua surpreendente nomeação para a titularidade do super-ministério da cultura, turismo e ambiente, ainda vai dando que falar aqui e ali. Privado de qualquer justificação oficial, o cidadão pode arrogar-se ao usufruto de uma espécie de «direito à especulação», autorizando-se então a recorrer, se quiser, à argumentação, em busca duma explicação apenas para si mesmo em última instância, já que está impedido de obtê-la por via da demonstração a que o executivo está obrigado, mas quase nunca cumpre. É o exercício que estou a ensaiar, partilhando com o público por aversão ao egoísmo e para permitir algum eventual rebatimento.O facto de Jomo Fortunato ter sido dispensado apenas um ano depois da nomeação indica que alguma coisa se terá passado entre ele e João Lourenço, para que o presidente lhe cortasse a rede quando menos se esperava. O que foi que aconteceu, já sabemos que eu não sei, por omissão das autoridades. Mas também se pode dar o caso dele ter sido enxotado sem nada fazer ou por nada fazer, o que por cá não seria coisa doutro mundo.



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No entanto, independentemente do que já teria ocorrido para motivar a saída do nosso camarada, algumas circunstâncias, que reputo como especiais, em que ela se procedeu, me dão quase uma certeza: a participação do presidente João Lourenço na cimeira mundial do clima, nos próximos dias, na cidade escocesa, Glaslow, precipitou a demissão de Jomo Fortunato. Pela forma acelerada como se consumou a sua substituição por Filipe Zau, dá a impressão de que o presidente já tinha decidido não ir com ele ao encontro de cúpula que vai tratar da saúde ambiental do planeta. Esta tese ganharia um bom peso na sustentação, caso o novo ministro tivesse integrado a delegação oficial angolana ao evento, o que não sei se aconteceu.

De qualquer modo, o facto de Filipe Zau acabar empossado como novo ministro da cultura, turismo e ambiente, poucos dias depois de ter ido parar como que atrapalhadamente no conselho da república, leva-me a pensar que ele foi uma opção de recurso, pelo que até seria interessante saber quem fora a primeira escolha para a substituição de Jomo Fortunato, que é capaz de voltar à organização da sua feira internacional do livro e do disco, depois dessa meteórica, mas sempre paradisíaca, passagem pelo governo.

Só não sei se o manequim do setentão Filipe Zau também teve alguma coisa a ver, já que, diante de todos esses joes bidens e outros figurões mundiais presentes em Glasgow, sempre dava mais esnobismo e ao mesmo tempo mais seriedade rasgar o salão com alguém imponente e muito bem relacionado com boa parte da malta habitual nesses aerópagos internacionais como ministro do ambiente, ao invés de desfilar com alguém que mal sabe manifestamente do assunto e ainda por cima todo molengão, sendo que, para piorar, a secretária de estado é até mais à esquerda da ciência do que o seu ex-chefe.

Quanto a reivindicações, espero bem que não venha a haver exageros, porque, bem feitas as contas, Angola não pesa lá grande coisa nesse nosso planeta.



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