SÓ CURTIA MIÚDAS DAS FAPLA E JMPLA.
Chegou-se a desconfiar que fosse parente do comandante Jika, ambos eram mulatos e com alguma aparência.
Não eram nada parentes embora fossem parecidos e ambos mulatos.
O Binocas eu já conhecia desde Luanda por ai anos 1969 / 70 no bairro Sambizanga.
Na zona o Santo Rosa já joguei futebol contra ele, não longe da casa do Nandocas irmão do mais velho ministro que era serralheiro na Sadil no bungo.
Quando me cruzei com ele ja como militar pela primeira vez, eu já fardado de FAPLA e ele de ELNA foi num patrulhamento pelas forças integradas em Cabinda.
Nos olhamos um ao outro esboçamos um sorriso de kaxxe um para não dar nas vistas de que já nos conhecíamos, pois se aconselhava muito cuidado no relacionamento com os outros que não fossem FAPLA.
Binocas foi o sargento mais bangão que conheci da FNLA, era esbelto, sabia combinar o seu trajo militar com o seu cinturão vermelho.
E com a pistola que fazia cair um pouco abaixo da cintura parecendo um autêntico cowboy.
Dava gosto lhe ver e ouvir um mulato falar lingala com acento como ele dominava perfeitamente.
Era um vaidoso de primeira categoria as miúdas das FAPLA e JMPLA a Manuela e outras se mordiam na calada por ele, era um gostosão achocolatado.
já ouvi comentários como estes sobre o mesmo, eu longe de imaginar que mais tarde ele estaria na lista para ser executado quando a guerra começou.
Não morreu o que eu sempre acreditei , afinal estava bem vivo tinha sido detido não sei se ainda em Cabinda ou já em Luanda.
E por ironia do destino voltamos a nos cruzar no tenebroso campo do Tari já na kibala, ambos na mesma condição como detidos.
Eu pelo fraccionismo e ele pela FNLA com outros tantos jovens seus companheiros da BJR e ELNA que tinham sobrado pois uma boa parte tinha sido executada pelas FAPLAS/MPLA.
Nos tornamos em grandes e verdadeiros amigos na Kibala, líamos os mesmos livros sobre as teorias marxistas Leninistas, filosofia e outros.
E curiosamente várias vezes fomos castigados juntos acusados de agitadores, não nos mataram sabe Deus como.
Perguntem ao Ambrósio Lemos, Brito Júnior, Costa Dambi, Leandro, Mimo, King Júnior, Joãozinho Cordeiro, Nando Saturnino, Brandão e outros que passaram pelo campo do Tari ?
Se ainda está vivo acredito que tem lido os meus escritos, perdi o seu rasto.
Apesar de investigações que já me apontaram para uma direção onde está posicionado que lhe aconselha se desmarcar de mim o que entendo numa Republica de informantes.
Continuarei...
Fernando Vumby
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