A jurista Maria Luisa Abrantes afirma que todos os angolanos nascidos antes de 11 de Novembro de 1975 são portugueses originários, essa foi a sua primeira nacionalidade de jure, quer queiram ou não
Maria Abrantes realça que a alteração à Constituição em 2010, que passou a permitir que os angolanos pudessem ter em simultâneo outras nacionalidades, foi de certa forma acelerada por influência das negociações entre o Executivo e o então Partido rebelde, UNITA, no sentido de protegerem os seus líderes, entre eles o fundador do partido do Galo Negro Jonas Malheiro Sabimbi, que eram e são detentores de mais do que uma nacionalidade.
Por outro lado, a jurista diz ainda que da mesma forma, muitos dos militantes do MPLA, nomeadamente, o malogrado André Mendes de Carvalho, Roberto de Almeida e tantos outros “genuínos”, têm dupla ou tripla nacionalidade.
“Ainda que pessoalmente hoje considere UNITA = MPLA, como cidadã e jurista , sou imparcial, e sinceramente é vergonhoso aceitar tanta trapalhada dos juristas do PR , porque da sua Segurança Interna não se poderia esperar mais, por falta de estratégia, porque a chefia não tem base científica”.
“É de realçar que as nomeações a presidência do Tribunal Constitucional, em países democráticos mais desenvolvidos, os Magistrados têm de ter, para além das qualificações académicas e da idade mínima para o efeito, experiência de vida e reputação acima de qualquer suspeita”, disse a especialista.
Para maior ênfase, Maria Luisa Abrantes apresenta como exenplo a situação que se vive nos Estados Unidos de América, onde ninguém entra para as Faculdades de Direito ou de Medicina, sem ter terminado antes uma outra licenciatura e por isso só estes dois cursos são equivalentes a Doutoramento.
“Para chegar a Juiz dos Tribunais Supremo e Constitucional, é preciso muita ‘tarimba’ e não jubilam. Só saem desses cargos directamente para o caixão , porque entram para os mesmos com bastante idade”.
Como conselho à política, disse que não devemos confundir a colocação de jovens com pouca experiência em funções de governação ligadas à tecnologia e a inovação, com a colocação da vida e a reputação de pessoas, em mãos e cabeças inexperientes, arrogantes e deslumbradas.
“Com a partidarização do poder judicial e a ausência da sua independência, nunca teremos democracia e muito menos desenvolvimento econômico. Quem serão os investidores estrangeiros, ou mesmo nacionais, que quererão arriscar o seu capital num país assim? Só se for com o dinheiro ‘emprestado’ pelo Estado”, rematou com ironia.
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