O general José Tavares Ferreira é a figura do regime que terá se apresentado como interlocutor valido, em meios da oposição, prometendo a legalização do PRA-JA Servir Angola, mas por outro lado exigindo, como moeda de troca, a saída dos seus promotores da FRENTE PATRIÓTICA UNIDA, a coligação liderada por Adalberto Costa Júnior (ACJr), Filomeno Vieira Lopes (FVL) e Abel Epalanga Chivukuvuku (AEC).
A figura a quem José Tavares Ferreira manifestou interesse de transmitir a sua mensagem é Xavier Jaime, um respeitado acadêmico e membro da comissão instaladora do PRA-JÁ, que o terá rejeitado na abordagem de temas da competência do poder judicial. Segundo apurou o Club-K, José Tavares tentou em vão, estabelecer contactos com as lideranças do Filomeno Vieira Lopes (FVL) e Justino Pinto de Andrade (JPA) do Bloco Democrático, mas sem sucesso, devido ao nova reputação de tentar comprometer alguns partidos da oposição.
Tavares Ferreira é figura da alta confiança do Presidente João Lourenço, a quem foi-lhe confiada tarefas de aproximação aos partidos da oposição. Desde o inicio do primeiro semestre do ano em curso que Tavares tem desenvolvido trabalhos de enfraquecimento a UNITA resultando em simulações de deserções e um processo de impugnação para a retirada de Adalberto Costa Júnior na liderança deste partido. O seu “pivot” junto a UNITA, é Kawik Sampaio Costa, um jovem oriundo da JMPLA que andou pela oposição e que agora regressou ao partido no poder.
As autoridades angolanas conforme manifestado num recente comunicado do BP do MPLA, sentem-se incomodada com o surgimento da FRENTE PATRIÓTICA UNIDA, nova coligação a quem o partido no poder acusa de não ter projecto para Angola.
Segundo apurou o Club-K, o regime angolano não se importa com o surgimento em si, da Frente Patriótica. A sua maior preocupação é que a UNITA faça parte dela, porque ao concorrerem coligados nas próximas eleições de 2022, dificulta a propaganda com recurso ao passado de guerra que geralmente fazem contra o maior partido da oposição em períodos eleitorais.
Para as operações que levam a campo, foi colocado a disposição do general Tavares o chamado “saco azul” que gere através da associação Akwa-Sambila, de que é presidente. Nos últimos três meses, o general Tavares chegou a controlar um orçamento de 300 milhões de kwanzas para desenvolver as suas operações contra a oposição. No mês de Julho, perdeu 22 milhões de kwanzas durante uma armadilha em que um dirigente da UNITA, Demetrios Kokelo fingiu estar descontente com a presidência de Adalberto Costa Júnior.
O general Tavares disponibilizou 50 milhões de kwanzas para que Kawikh da Costa trabalhasse na deserção de Demetrios Kokelo, e mais centenas de militantes. Os valores serviram também para o pagamento de uma sala de hotel para a realização de conferencia de imprensa agendada para levantar acusações contra o líder da UNITA.
No dia programado, Kawikh da Costa (colaborador do general ) encontrou-se com Demetrios Kokelo, no estádio da cidadela, em Luanda e entregou 22 milhões de kwanzas. A direção da UNITA emboscou a operação e capturou os valores que foram apresentados a comunicação social como prova de que o MPLA estaria a usar fundos para aliciamento de quadros da oposição. O tema gerou duvidas face a integridade de Kawikh da Costa, que semanas depois alegou que a sua vida corria perigo de vida. Atribuiu a UNITA, o desejo de lhe fazer mal.
No passado, o antigo Presidente José Eduardo dos Santos chegou a delegar missões desta natura ao general Tavares, mas que resumiam-se apenas no aliciamento de promotores de manifestações. Em 2012, num certo dia do mês de Agosto, na véspera do aniversario do ex-PR, o então administrador do Sambizanga, José Ferreira Tavares levou o activista Mario Domingos a cumprimentar o Chefe de Estado, a margem de uma atividade naquele município.
Paralelamente, surgiram na altura, reclamações segundo as quais o general Zé Tavares teria recebido verbas para trabalhar os jovens, mas terá dado destino incerto aos valores. Ofereceu uma carrinha a Mario Domingos que depois foi lhe retirada apos tomarem nota que o jovem o traiu apoiando uma manifestação anti-regime no município do Cazenga.
Fernando Vumby, um nacionalista angolano residente na Alemanha e que no passado integrou a Contra Inteligência Militar (CIM) antes dos acontecimentos do “27 de Maio”, recorda o general Tavares como uma figura que “corrompia e comprava consciências de críticos do regime, o que alguns amigos meus bem informados no assunto admitem ter sido o mandante do envenenamento do Brigadeiro 10 Pacotes ainda fora e já dentro do país, como um dos que mais se tem destacado neste serviço”.
Club-K
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