General José Manuel de Sousa: Não tenho palavras para descrever o quão gigante foste- Jaime Azulay



Apenas repetir aquilo que uma vez te disse: 

QUE TALVEZ FOSSE MELHOR!

Quem sabe, talvez fosse melhor se, repentinamente, tudo acontecesse em fatal  cataclisma, como sucedeu em Sodoma e Gomorra. De um único arremesso de todos lados viria muito fogo e enxofre mandados pela ira de Deus, como punição pelos nossos desalmados e insanos pecados; e que não sobrasse ninguém para contar nada de nada, tal como está escrito em Genesis, na bíblia sagrada.


Quem sabe, com o manguxi voltariamos um dia,  em jejum, após longa e penosa peregrinação, para vermos a merda que fizemos e pedir desculpas de mau pagador.

Às vezes penso: juro com Nossa Senhora, gostaria mesmo que ficássemos petrificados no tempo. Ou melhor: se um dia o tempo voltasse, assim de repente, que viesse tipo uma trovoada das boas. Tipo as que caem no Ussoque, ou na cordilheira do Wendelongo,  depois das duas da tarde, com o grande comandante Kitekulo a " comer merda" com os tanques atolados e fustigados na subida do Elongo e o Armando da Cruz gritando no velho racal: olha, o Sousa está a andar mais rápido que tu. 

Quem sabe, provavelmente a história seria outra e nós, com as nossas pkm e ags-17 ao ombro reviveriamos no Huambo a odisseia do Jorge N'tiamba e do Sorry, com as "kalashes" acirradas, fumando tabaco gentio na esquina de um prédio esventrado com picaretas do Sukisssa e companhia com o Tonet a filmar. Era isso que queriam?

Sem reforços, na nossa coluna no Membassoko, todos terminariamos ingloriamente afogados nas cacimbas do Huambo. 

Depois dos 56 dias de luta sangrenta, apenas restariam os "mig" na Catumbela e uma fandanga trucidada por um sukkoi nas montanhas do Calenguer, próximo de Caimbambo.

Sinceramente, um dia eu queria ver uns "kabafubas" que andam p'rai a se entitular com eles, porque wawé, tal e coisa e coisa e tal! 

Cuidado morrapage, eu comandei tropas em combate, no tempo em que homem se escrevia com "H"!

E cumprimos com brio e valentia, a prova provada é que vos entregamos as coisas de bandeja, sem levar nada! Nem botas e comida tínhamos, íamos roubar o quê? O Ze du sabe. Não estão satisfeitos ainda?

Muitos desses homens na foto atrás de mim, sacrificaram as suas vidas para uma Angola para todos, nos tempos em que o patriotismo se afirmava no cano da arma e tinha o cheiro de fundanga!

Graças à um fetiço meu escapei com atribulada vida, mas levei bue de estilhaços no corpo. Sei que morrerei um dia, mais tarde ou mais cedo, mas não sei nem a hora, apenas sei que o meu Deus sabe, eu respeito mas não tenho medo.

Sei lá, talvez finalize a tentar juntar as margens de um rio, mas penso sempre no fim do " Cara Podre" , meu conterrâneo da Brigada 98, natural da Kibala. 


No tal dia, ainda que for de noite, será  um dia de sol ardente, quando o meu feitiço acabar ou quando aparecer outro fetiço mais forte que o meu.


Por enquanto, não!



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