FMI analisa se dará outro kilapi a Angola



A possibilidade de um novo empréstimo está em cima da mesa, mas o FMI já avisou que a "capacidade de dívida de Angola é muito limitada".

A quatro meses do término do programa de assistência financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Angola, as duas partes estão em conversações para analisar qual a melhor solução para o País após a saída do Fundo, não estando ainda decidido se haverá lugar a um novo programa. A possibilidade de um novo empréstimo está em cima da mesa, mas o FMI já avisou que a "capacidade de dívida de Angola é muito limitada".



Em declarações à Lusa, o representante do FMI em Angola, Marcos Souto, assegura que qualquer solução tem que acautelar "a sustentabilidade da dívida e redução do risco de financiamento", mesmo no momento da contratação de novas linhas de crédito.


De acordo com o representante em Angola, o Fundo tem apelado ao Executivo angolano para que insista "num caminho prudente" e "numa trajetória de declínio rápido da dívida pública para libertar recursos que não sejam direccionados para o serviço da dívida".


"Existem diversas alternativas que nós já apresentamos às autoridades, seja um novo programa com desembolso, sem desembolso, um programa precaucionário", afirmou aquele responsável, que considera não estar o FMI a influenciar Angola no sentido de uma determinada orientação, "estamos a oferecer as alternativas que temos, a apresentar as vantagens e as desvantagens, (não sabemos) se vão querer a continuação do programa atual ou um novo programa", disse Marcos Souto.


Tendo em conta o nível de exposição de Angola, caso o FMI não venha a ser solicitado, o fundo irá passar para uma fase de avaliação pós-programa.


Marcos Souto considera que as autoridades angolanas estão comprometidas "no que diz respeito ao caminho de prudência das finanças públicas", isto a propósito do período pré-eleitoral que se aproxima, propício a gastos.


"Não temos indicação de um momento expressivo de gastos sugeridos por um ano eleitoral mas as discussões para o orçamento vão começar em breve e aí teremos mais visibilidade para ver qual o valor do barril de petróleo que será usado no orçamento e como querem usar os recursos", acrescentou.


O programa de ajustamento financeiro foi implementado em Dezembro de 2018, no valor de 3,7 mil milhões USD, tendo sido aumentado para 4,5 mil milhões USD em Setembro de 2020, dos quais cerca de 3 mil milhões USD foram entregues ao Executivo angolano, a que se junta o valor de 772 milhões USD, anunciado em Junho, aquando da quinta revisão, fase que termina em Dezembro deste ano.



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