O Parque Nacional da Quissama, na província de Luanda, tem sido a área preferida para a prática da caça furtiva de várias espécies ali existentes, informou, quarta-feira, o coordenador do Projecto de Combate ao Comércio Ilegal da Vida Selvagem e ao Conflito Homem e Vida Selvagem em Angola.
Aristófanes da Costa, que falava por ocasião do seminário de iniciativa de implementação do referido projecto, considerou que, por causa da caça furtiva, há cada vez mais uma grande preocupação em relação ao número de animais que entram para a Lista de Animais Ameaçados de Extinção.
"A caça furtiva ainda constitui um dos graves problemas para a fauna e flora angolana”, disse o responsável para quem o elefante é um dos animais eleitos dos caçadores furtivos.
Em comparação aos anos anteriores, referiu que a caça de elefantes reduziu significativamente, se forem tidos em conta os poucos relatos de abates dessa espécie animal, embora hajam registos de muitos mortos ao longo das vias.
Para fazer face à prática da caça ilegal, Aristófanes da Costa considerou importante a colocação à disposição das comunidades de diferentes fontes de geração de renda, com vista a facilitar o exercício da outras actividades e essa população abandonar a caça furtiva dentro e fora das áreas de conservação.
Sobre o Projecto de Combate ao Comércio Ilegal da Vida Selvagem e ao Conflito Homem Vida Selvagem em Angola, o responsável considerou ser um passo significativo no que toca aos males que enfraquecem a biodiversidade do país.
"Temos consciência que não será este o único projecto que vai resolver o problema, mas é um avanço e acreditamos que, com o surgimento de mais fundos, podemos acabar com este mal de vez”, referiu.
Reconheceu que são necessárias muitas mais acções para o alcance dos objectivos projectados no projecto que visa, entre outros objectivos, minimizar os impactos negativos sobre a fauna e flora e acabar com as perdas da biodiversidade.
Origens sociais
Aristófanes da Costa disse que o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente tem recebido, particularmente das áreas de conservação, relatórios sobre a caça furtiva. Sem avançar números de animais abatidos mensalmente, salientou que "são muitos os casos”.
Realçou que factores sociais e económicos estão na base da problemática que dá origem à caça furtiva. Por isso, acredita que a execução de acções bem programas e financiadas podem ajudar na reduzir este grande impacto na fauna e flora angolana.
Salientou que um dos grandes problemas para combater a caça furtiva tem a ver com o não alinhamento das instituições, como os tribunais, Procuradoria-Geral da República, Polícia Nacional, Serviço de Investigação Criminal e outras.
"A caça furtiva é um assunto que deve ser levado em alta consideração a nível das grandes estruturas”, rematou o Aristófanes dos Santos.
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