MPLA JÁ NÃO SE IMPORTA COM ORIGENS DE ADALBERTO COSTA JÚNIOR: Regime orientou aprovação de uma lei que permite candidatos à Presidente da República com dupla nacionalidade

 


O MPLA desistiu do debate rácico que questionava as origens do líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, e como sinal da sua desistência quanto a este tema, orientou a aprovação de uma nova lei que permite indivíduos com dupla nacionalidade de concorrerem à Presidência da República.


Segundo apurou o Club-K, o partido no poder optou por retratar-se na sequencia de resultados de uma sondagem que desencorajou a seguir para um debate rácico, indicando por outro lado que muitos dos seus próprios dirigentes eram detentores de dupla nacionalidade, neste caso a portuguesa.



 


A encomenda da sondagem foi a seguir aos efeitos de um de um comunicado de imprensa feito pelo seu Secretário Geral, Paulo Pombolo, em nome do Bureau Político, em que cujo conteúdo foi bastante rejeitado pela sociedade e terá mexido com a sensibilidade da elite mestiça no interior do próprio MPLA. A perca de controlo sobre este assunto, terá acentuado quando também em Fevereiro passado, a TPA promoveu um debate televisivo, em que uma representante do MPLA, Susete Antão terá dito que “Costa Junior não é 100% angolano porque foi detentor de cidadania lusa”.


 


“A questão do líder da UNITA Adalberto Costa Junior é um debate de cidadania e não um ataque as suas origens, embora a sua antropologia física mostra mais uma característica insular ou arqueólogas e não um angolano de matriz bantu ou afro pela estrutura física e até dição onde não se nota influencia de nenhuma língua africana”, sentenciou o Vice-Presidente do grupo parlamentar do MPLA, João Pinto.


 


Segundo constatação, o questionamento sobre as origens de Adalberto Costa Júnior causou efeito negativo para o próprio regime sendo que a Igreja Católica, na voz de Dom Francisco Viti bispo emérito do Huambo, saiu em defesa do Presidente da UNITA, testemunhando a passagem do mesmo pelo seminário dos padres quando crianças e as ligações familiares.


 


No passado mês de abril, o regime chegou ao ponto de despachar uma equipa no Município de Chinjenje, província do Huambo, para fazer levantamento de dados, sobre o local de baptismo do Presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior. Nas semanas seguintes uma tia mestiça de Adalberto residente no Huambo apareceu num comício partidário a discursar em umbundo. O gesto foi visto como um sinal de resposta ao regime.


 


Por sua vez, e em gesto de retificação e reconciliação com a ala mestiça partidária, o MPLA, decidiu “ressuscitar” o seu antigo Porta-Voz, Rui Falcão Pinto de Andrade. Ao mesmo tempo, circulam rumores segundo as quais o regime tem sondado a possibilidade se ensaiar nas próximas eleições com um “candidato mestiço” ao cargo de Vice-Presidente, cujas as atenções recaem na actual ministra de Estado, Carolina Cerqueira.


 


O sinal mais claro que o MPLA, emitiu para os seus quadros “mestiços” que de que está a ser sincero quanto a este assunto aconteceu recentemente ao mandar alterar a lei permitindo que candidatos com dupla nacionalidade possam concorrer a Presidência da República, sem impedimento algum.


 


Neste sábado último, ao falar a Radio MFM, em Luanda, a juíza jubilada do Tribunal Constitucional, Luzia Bebiana de Almeida Sebastião, esclareceu que com a nova lei qualquer cidadão que queira concorrer a Presidente da República pode ter uma segunda nacionalidade, adiantando que o importante é que a nacionalidade de origem seja angolana.


 


Luzia Sebastião clarificou ainda que individuo (candidato a PR) pode ter nascido no exterior do país, mas o que deve contar é que um dos seus progenitores sejam angolanos e que o mesmo esteja a viver em Angola, há mais de 10 anos.


Club-K 



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