É a sexta recessão. Cálculos do governo de JLO que apontavam para a estagnação está errado.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa o crescimento económico angolano para 2021, deixando de ser mais optimista que o Governo, apontando agora a uma queda de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, contra a anterior projecção de uma expansão de 0,4%.
E a "culpa" volta a ser do "suspeito do costume": o sector petrolífero.
No relatório sobre a quinta avaliação ao cumprimento do Programa de Financiamento Ampliado, publicado esta semana, a equipa do FMI agrava a projecção sobre o sector petrolífero, passando de um crescimento de -6,2% para -7,0%, e altera ligeiramente o do não petrolífero para um crescimento de 2,3% em vez dos 2,5% previstos anteriormente.
O staff do FMI admite que "a produção de petróleo e gás vai continuar a cair este ano devido a um investimento reduzido e a questões técnicas recorrentes", o que terá impacto no crescimento económico, já que o sector petrolífero representa quase um terço do Produto Interno Bruto Nacional.
"Apesar da recuperação e do aumento dos preços internacionais do petróleo, o impacto da pandemia da Covid-19 na economia de Angola continua a ser substancial. O crescimento contraiu-se em 5,2% em 2020, o mais grave dos cinco anos consecutivos de recessão. Prevê-se uma contracção marginal do PIB para 2021, enquanto o PIB não petrolífero deverá aumentar em 2,3%", refere a carta com a declaração de Ita Mary Mannathoko, directora Executiva para Angola e Jorge Essuvi, conselheiro do director executivo que consta no relatório, cuja aprovação libertou mais 772 milhões USD para o País.
Depois de ter "cortado" na previsão para este ano, o Fundo sedeado em Washington "empurra" o regresso ao crescimento para 2022 (2,4%), apontando a um ciclo de crescimento entre os 3,4% e os 4,1% entre 2023 e 2031. Números que Alves da Rocha, economista e director do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN) admite poderem ser um pouco ambiciosos face à realidade do País. "Parecem-me excessivamente optimistas as taxas de crescimento dos anos vindouros, assentes no crescimento do sector não petrolífero. Eu pergunto, será que o não petrolífero terá essa capacidade?", questiona.
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