Em grande medida, a péssima qualidade dos serviços prestados pelos bancos públicos e privados, em Angola, deve-se ao facto de que, a concorrência ainda é desleal e o principal core-business "prático" destes é o recurso a certos desvios aos padrões, em vez do investimento nas acções de financiamento ao empresariado, empreendedorismo, qualificação do atendimento ao cliente e o fiel respeito às regras de compliance. Notemos que uma das mais recorrentes "desculpas" dos bancos por cá, quando o objectivo é dificultar a vida do cliente (será alguma orientação superior/da supervisão?) é a falta de sistema. É frequente verificar, nos fins ou início de mês, os bancos estarem sem sistema. Pelo menos é isso que os front-officers dizem-nos. A despeito, não é "atoa" que eles achem uma chatice e, via disto, não dão a mínima, estar a colocar regular e frequentemente dinheiro nos seus ATM'S, mesmo cientes de que a "sacagem" de dinheiro e outros movimentos feitos nestes equipamentos (pelos clientes) é, de per si, uma receita a favor do banco e seus parceiros.
E porquê será que eles "não dão a mínima" ? Porque o que eles ganham com as exorbitantes taxas de juros, comissões, multas e desvios (como os perpetrados contra as contas bancárias de impossibilitados e/ou falecidos) já supera e triplica qualquer outra fonte de rendimento. Aliás, quem é atento ao sector produtivo e a macroeconomia, sabe os bancos são dos sectores que nunca baixaram seus "bolos orçamentais" e vão aumentando a sua capacidade de liquidez. Porquê será?
A título de exemplo do "relaxamento" da banca angolana é só notarmos que a Vila de Caxito (Cidade, em termos oficiais) tem 12 agências bancárias e, quando chega a última semana de cada mês os ATM's ficam sem dinheiro nem papel. Outro exemplo é aqui na capital do país, a Vila de Cacuaco em Luanda, onde tem em volta de 10 agências e, em qualquer momento do mês, as mesmas ficam abarrotadas de fileiras nas suas entradas e os seus ATM's ficam sem dinheiro nem papel. A situação é drasticamente pior nos finais de semana onde, além da falta de dinheiro e de papel, nalguns deles ficam mesmo sem comunicações (vulgo sistemas). O que, para eles, é absolutamente normal e despreocupante, quando para os clientes é um enorme transtorno.
Enquanto isso, o Governo quer bancarizar a economia, não é?
Atenciosamente
Malunda Ntchima,
DE NAMBUANGONGO, 03.07.2021.
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