BP do MPLA não fez comunicado: Ferreira Pinto vetado mesmo depois de morto



O MPLA é citado competentes avaliações como não tendo “perdoado” o seu falecido militante de proa, Carlos Alberto Ferreira Pinto, que no passado mês de Abril demitiu-se das funções de Provedor de Justiça por alegadas interferências politicas. A conclusão é apoiada em condutas que expressam veto “pos-mortem” a figura do mesmo.



RNA vetou  nota da família 


Ferreira Pinto faleceu na passada sexta-feira (2) quando o Comitê Central do MPLA encontrava-se reunido tendo no final produzido um comunicado de conclusão dos trabalhos em que o malogrado foi citado numas linhas um “digno servidor da Pátria”. De acordo com apurações, os militantes aguardaram que o Bureau Político fizesse sair de na noite daquele dia um a tradicional mensagem de condolências (contendo a trajetória do mesmo) conforme faz, este órgão partidário, sempre que o MPLA perde um dos seus quadros, o que não aconteceu.



 


Para a surpresa dos militantes, nas primeiras horas do dia seguinte, sábado, a UNITA antecipou-se divulgando um comunicado de condolências em que considerava Ferreira Pinto como alguém que “foi um deputado moderado, educado e sereno, e por isso de trato fácil”.


 


Indignados alguns dirigentes do MPLA, alertaram aos responsáveis do Secretariado do BP que estavam a ser ultrapassados, na feitura do comunicado de condolências, o que não veio a se verificar mesmo depois de 24h do falecimento de Ferreira Pinto.


 


Por outro lado, três dias depois, a família do malogrado ao notar o “esquecimento” por parte do BP do MPLA, decidiu enviar a Radio Nacional de Angola (RNA), uma nota familiar para que fosse lida na qual continha os dados biográficos de Ferreira Pinto, já que o seu partido “limpou” as mãos desta missão. A nota familiar foi rejeitada pela RNA.


 


De acordo com constatação, somente no dia do enterro, por volta das 15: 45, é que uma das paginas do MPLA, no facebook, publicou uma breve nota de homenagem, que alegou ser em nome do Bureau Político do partido, transmitindo que “decorreu na manhã desta terça-feira (06/07/021) no Comando do Exército das Forças Armadas Angolanas, as exéquias fúnebres do Camarada Carlos Ferreira Pinto, falecido na última sexta-feira (02/07/021) em Luanda, por doença”, e no fim considerava “irreparável a morte do seu militante”.



Carlos Ferreira Pinto cessou funções no BP do MPLA, em Janeiro de 2018, por incompatibilidade com as funções de provedor de Justiça. Na última reunião do CC com a sua presença, ocorrida em Março de 2018, Ferreira Pinto terá feito uma intervenção bastante contundente como se pretendesse deixar recado aos seus camaradas. Contudo seria, em Abril passado que o mesmo viu-se encorajado a colocar o seu lugar a disposição na sequencia de alegas interferências e uma alegada “guerra” movida pela sua adjunta.



Ferreira Pinto faleceu de doença. Antes de ficar acamado por 17 dias, fez desabafos aos seus familiares lamentando que desde que apresentou o seu pedido de demissão o seu partido MPLA, nunca o chamou para ouvir as motivações que o levaram a abandonar a Provedoria de Justiça.


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