A HIPOCRISIA EXTRAVAGANTE E POSTIÇA-Gugu RocK Sapengo

Os ventos que vêm do sul do continente revelam o valor do estudo antropológico. Olhar para o homem do ponto de vista holístico ajuda-nos a compreendê-lo, de modo mais íntimo, por isso, também, torna-se um exercício fácil agrupa-lo, em classes ou outra categoria, segundo a actualidade da razão.

Na África do Sul, conhecida na midia internacional como a “Nação arco-íris”, após sentença que condena à 15 meses de prisão efectiva o Ex-Presidente Zuma, depois de consultar o seu corpo de advogados, apresentou-se as autoridades policiais para o cumprimento da pena. Imediatamente, o seu fã clube, pós-se na rua, nos dizeres de Prínce Mashele “ revelaram a sua identidade típica de um verdadeiro e normal país Africano”, quando saqueavam as lojas, implantando do caos nas grandes cidades e um imbróglio politico sem “fim” a vista, para já.

Os factos suscitaram a atenção internacional. E, como parte de um sujeito internacional, o assunto é igualmente manchete na midia e afins em Angola, com direito à indignação institucional e singular, parindo, mais uma vez a hipocrisia extravagante e postiça de sempre.

Não somos diferentes do Fã Clube de Sul Africanos que se levantaram para defender o Ex-Presidente Zuma, semeando o caos ao mesmo tempo que expunham a sua real identidade como pessoas unidas pela cultura de ser e estar na sociedade.

Nós, Angolanos, não pilhamos as lojas, mas, isto não faz de nós um povo distante daqueles que distribuem a vergonha a escala internacional.

Nós, com a bandeira de uma política de combate à corrupção e males conexos, “recuperamos” a favor do Estado a rede de Hotéis IU. Ao invés de mantê-los funcionais, gerando receitas a favor do Estado, os “encerramos” (como VERDADEIROS AFRICANOS INDÍGENAS E SEMI-ASSIMILADOS), mandando para o desemprego centenas ou até milhares de concidadãos, impondo fome e miséria para muitas famílias.

Nós, asfixiamos a rede de Super Mercados Kero e Candando que, sem mais espaço de “manobras” comerciais num mercado que se diz ser livre, viram-se forçados a assassinar muitos postos de trabalho que, mortos dr morte matada distribuem fome para centenas de famílias e criam transtornos irreparáveis milhões de Angolanos.

Nós, na mais firme convicção de que estamos a corrigir o que está mal e melhorar o que esta bem, com a força do poder popular, transferimos para a esfera do Estado Empresas, Investimentos e significante Activos Patrimoniais, que antes, geravam receitas para as famílias e até para o próprio Estado. Ao invés de aprimoramos os mecanismos de fiscalização e arrecadação de receitas fiscais, imobilizamos as empresas e os investimentos, decapitando milhares de postos de trabalho, semeando o luto, por conta da fome, na casa de muitas famílias Angolanas.

Nós, não poupamos esforços, com todas as razões possíveis, junto de Organismos Financeiros Internacionais e Estados, pedimos e conseguimos dinheiro emprestado, quando, afinal, Como VERDADEIROS AFRICANOS INDÍGENAS E SEMI-ASSIMILADOS, temos bilhões de dólares norte americanos, guardados em contentores.

Recuperamos viaturas de todos os tipos e modelos. Ao invés de direccionar a sua utilidade para outros sectores, as estacionamos em quintais e outros lugares, expostas ao sol, poeira e chuvas, por isso, estão a se deteriorar. Enquanto isso, hospitais não têm ambulâncias, esquadras de Policias e outras instituições públicas não têm viaturas para exercer de modo cabal as suas funções. Como VERDADEIROS AFRICANOS INDÍGENAS E SEMI-ASSIMILADOS, olhamos para isto com entusiasmo e sequer nos assusta assistir como funcional as escolas sem transporte para estudantes e professores.

Não somos diferentes do Fã Clube de Sul Africanos que defende o Ex-Presidente Zuma! O que nos difere é o facto de, por agora, o Fã Clube está a pretender assassinar a justiça Sul Africana; enquanto isto, nós nos ocupamos em assassinar os postos de empregos, multiplicando a fome e miséria no seio das nossas famílias.

Somos VERDADEIROS AFRICANOS INDÍGENAS E SEMI-ASSIMILADOS, donos de uma hipocrisia extravagante e postiça.

Então, se olhar para o homem do ponto de vista holístico ajuda-nos a compreendê-lo, de modo mais íntimo, e, isto facilita o exercício de agrupa-lo, em classes ou outra categoria, segundo a actualidade da razão, a minha ignorância atreve-se a afirmar que somos, também, um Fã Clube, irmão de “mãe e pai” daquele aí que apoia INCONDICIONALMENTE o Ex-Presidente Zuma.

África…