Uma UNITA castrada: “O maior partido da oposição anda com os canos políticos virados contra si mesmo” – Benjamim Dunda



O maior partido da oposição anda com os canos políticos virados contra si mesmo. O que coloca a UNITA na eterna oposição é o seu próprio discurso instrumentalizado, manipulado, mentiroso e irresponsável. É isso que tem estado na base das sucessivas derrotas eleitorais. 


No pretérito momento em que o Titular do Poder Executivo apresentou, com bastante coragem e sentido de estado, a proposta de revisão constitucional, os partidos dos que mentem compulsivamente disseram aos angolanos que a intenção do Presidente da República e do partido no poder era de adiar as eleições gerais. Poucos meses se passaram, temos a revisão constitucional aprovada com todos os temperos político-jurídicos introduzidos e emendados, sem nenhum voto contra. Prevaleceu o diálogo e os consensos. E a UNITA ficou pendurada no muro da vergonha pública e, dando o dito por não dito, se absteve. Até hoje, perguntamos o que significa abstenção depois de ter, nos debates da Assembleia, apresentado contribuições, muitas delas acolhidas…pura covardia, de sempre. Anda à espera de ganhar as eleições para destruir tudo, com o argumento de que não se revê em todo o texto legislativo aprovado no tempo em que o MPLA governou. Não é por acaso que este partido não tenha aprovado nenhum orçamento nem a constituição.





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Desta vez, inconformados e sem panos políticos para cobrir a vergonha, a UNITA lança-se para outra ignóbil manipulação. A melhor clarificação das soluções constitucionais que se deu no artigo com epígrafe “a substituição do vice-presidente da república” levou novamente a UNITA a instrumentalizar os cidadãos que o Presidente da República, à luz desta revisão constitucional, pode forçar um terceiro mandato.


Mentira covarde!


Ao contrário do discurso trapaceiro da UNITA, a proposta de revisão constitucional procurou evitar um incidente político-constitucional que levaria um Presidente em fim do segundo mandato forçar um terceiro. 


A falta de inteligência política é o maior inimigo eleitoral do maior partido da oposição. Atordoada para conquistar a confiança e a devoção das massas, a UNITA cria uma nova narrativa, com argumentos manipuladores, expelindo mentiras sem qualquer racionalidade política. 


Ja aquando da visita privada do Presidente João Lourenço, no corrente ano à Dubai, os impotentes políticos da UNITA chegaram a inventar um facto que, de imediato, foi desmentido com outro facto. Os tontos manipuladores anunciaram no seu espaço de lumpenato (redes sociais) que  a viagem servira para o Chefe Estado tomar a primeira dose da vacina contra COVID-19. Quando JLO apareceu no complexo “Paz Flor”, ao lado povo, tomando a primeira dose da vacina, mais uma vez a UNITA ficou publicamente desmascarada e as suas inverdades estendidas ao comprido.


Internamente, a relação autoritária que o líder mantém com as vozes discordantes, põe a UNITA num dilema político de difícil saída. Os mecanismos engendrados pela ala fiel ao líder de cooptação das alianças políticas externas, como esteio das eleições de 2022, não acolhem a simpatia  muitos militantes influentes que consideram este recurso muito arriscado para sobrevivência política. 


A UNITA está a tornar-se numa autêntica casta oligárquica, o que remete o partido do galo negro aos anos 80 quando não olhou a meio para fazer alianças controversas com o regime de Aparthaid que, ate 1994, escravizava os negros na África do Sul. Fez alianças com a tropa portuguesa para destruir os outros movimentos nacionalistas, em 1974. Ou seja, às alianças controversas fazem parte do DNA da UNITA, um partido que é capaz de vender os destinos da pátria a favor dos interesses de outros Estados. 


 Portanto, a defenestração que alguns militantes têm sido alvo, por manifestarem opiniões contrárias aos interesses pedantes do líder, ou por terem votado noutros candidatos prova claramente que a UNITA é um partido mentiroso sem qualquer sentido de estado. É e sempre foi um partido de, pelo poder, romper com todos os princípios de ética política. Aliás, o seu fundador chegou a justificar essas inconstâncias com o facto de alguém em agonia nunca escolher quem o deve salvar. A mentira, assassinatos, destruição do bem comum e alianças controversas são os expedientes que a UNITA sempre escolheu para chegar ao poder. O histórico deste movimento rebelde, transformado em partido, mostra uma folha de serviços de instabilidade emocional e de traição dos princípios mais elementares de soberania de um Estado. Tudo pelo poder.



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