A Refriango, empresa de bebidas angolana, começou este mês a liderar a gestão da cervejeira nacional Sodiba, pertencente à empresária angolana Isabel dos Santos, acordo que permitirá aliviar o valor alto da dívida com os bancos, foi hoje anunciado.
Segundo o presidente executivo (CEO) da Refriango, Diogo Caldas, o acordo para a exploração da fábrica foi assinado em 03 de março, mas apenas entrou em vigor no início deste mês, depois de analisadas, verificadas e ultrapassadas algumas questões por parte dos bancos.
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“A Sodiba estava com grande nível de endividamento bancário e também tem vindo a atravessar alguns problemas, de acordo com o mercado de Angola, o estava a resultar em alguns problemas de `cash-flow`”, referiu Diogo Caldas, em declarações à agência Lusa.
Aliada a estas questões estava também a necessidade de capacidade que a Refriango tinha de aumentar a sua capacidade industrial de enchimento, olhando para oportunidades existentes no mercado local.
Diogo Caldas frisou que a Refriango tem vindo a investir nos últimos tempos significativamente na área da cerveja em Angola, com a marca Tigra, que tem vindo a crescer e a permitir uma presença cada vez mais forte no mercado nacional.
“A Refriango está a liderar a gestão da fábrica, da unidade fabril do Bom Jesus, esse contrato garantiu a manutenção dos postos de trabalho, que são mais de 290 e também a continuação de alguns prestadores de serviços que trabalhavam para esta fábrica, ou seja, de certa forma há uma continuidade de operação da fábrica sem grandes tumultos”, sublinhou.
O responsável da Refriango realçou que o contrato preserva a autonomia financeira e comercial da Sodiba, pelo que a nova gestora irá apenas assegurar a produção da Luandina e possivelmente da Sagres, que está ainda a merecer acertos entre a Sodiba e a Central de Cervejas para a aprovação nesse sentido.
“A Sodiba, uma empresa que fica independente, vai ser a senhoria da Refriango, a quem vai pagar uma renda mensal pela gestão da fábrica”, explicou.
Para Diogo Caldas, a Refriango ganha, essencialmente, a capacidade instalada, de que tinha falta, sem necessidade de novos investimentos, além de todos aqueles que já tem vindo a fazer.
De acordo com Diogo Caldas, a Refriango hoje no Kikuxi já conta com maior polo industrial de Angola, com 27 linhas de enchimento e uma capacidade de 2,5 mil milhões de litros de enchimento, contudo, a demanda do mercado exige cada vez mais necessidade de produção de bebida retornável.
“Por isso, nós temos a necessidade de enchimento de bebida retornável e esta fábrica vai-nos permitir assim continuar o nosso plano estratégico de vendas desta categoria das cervejas, havendo aqui também, pelo lado da Sodiba, o garantir de postos de trabalho, tendo em conta as dificuldades que a empresa estava a passar”, frisou.
A Sodiba – Sociedade de Distribuição de Bebidas, constituída em outubro de 2013, viu decretado o seu arresto preventivo, em dezembro de 2019, por decisão do Tribunal Provincial de Luanda.
Questionado como foi ultrapassada esta questão nas negociações, Diogo Caldas disse que todo o processo foi dado a conhecer à Procuradoria-Geral da República, ao Ministério da Economia e Planeamento e ao Ministério da Indústria e Comércio.
“Todas as entidades governamentais têm conhecimento desta operação, sendo que o trabalho foi feito com a Sodiba e com o conhecimento e aprovação das entidades governamentais”, sublinhou.
A unidade industrial, instalada no Bom Jesus, arredores de Luanda, conta com uma área total de 40 hectares e com uma capacidade de produção de 150 milhões de litros por ano.
A Refriango é uma empresa especializada na produção e distribuição de refrigerantes, sumos, águas, bebidas energéticas e alcoólicas, detentora de um portfólio de mais de uma dezena de marcas.
A empresa detém uma das maiores unidades industriais do continente africano, com 42 hectares, 28 linhas de enchimento e uma capacidade de produção de mais de 2.300 milhões de litros por ano, criando mais de 2.000 empregos diretos.
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