A 30 de Junho de 1960 a República do Kongo ascende à sua independência da potência colonial a Bélgica.
Joseph Kasavubu eleito Presidente da República e nas eleições legislativas Patrice Émery Lumumba indicado pelo seu partido, o Mouvement National Congolais, como Primeiro-ministro.
Devido à imensidão do seu território e pela sua grande diversidade socio-cultural, étnica e o conflito de interesses das potências ocidentais, rápidamente começaram a surgir divisões que que conduziram à uma grave e profunda ruptura.
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Logo em Julho do mesmo ano eclodiu uma rebelião cessessionista na província do Katanga protagonizada por Moïse Tshombé, que nas eleições legislativas, com o seu partido a CONAKAT (Confederation des Associations tribales du Katanga) obteve a maioria na província/circunscrição do Katanga.
A ideia cessessionista teve de imediato o apoio das potências ocidentais em particular dos Estados Unidos da América, da Bélgica e da França, devido de um lado aos enormes recursos naturais de que dispõe, nomeadamente o Cobre da região de Kolwezi e do outro lado a orientação marxizante do governo do primeiro-ministro Lumumba.
A Bélgica despachou para o terreno cerca de 6.000 homens para além de ter treinado unidades especiais de Gendarmes que serviram como a principal força Katanguesa para o plano da cessessão.
A França por seu lado enviou para o Katanga o seu homem, um "expert" em golpes sujos, o implacável mercenário Bob Denard.
É proclamado o Estado do Katanga que no entanto não teve o reconhecimento nem mesmo da própria Bélgica.
Esta situação criou no Kongo um profunda crise político-militar agravada pelo golpe do Presidente Kasavubu que destituiu o seu primeiro-ministro Lumumba que na sua tentativa de fuga para o Leste do país foi preso e assassinado com a cumplicidade dos belgas e americanos que o achavam de homem "perigoso" face aos seus interesses econômicos no país.
Lumumba foi então substituído por Cyrile Adoula no cargo de primeiro-ministro.
A crise se foi agravando a ponto de provocar uma intervenção das tropas da ONU o que levou em certa medida a que em 1963 Moïse Tshombé aceitasse pôr fim à cessessão para que o Kongo voltasse a ser unido.
Thombé refugia-se na Zâmbia e depois em Espanha.
No entanto, face a novos desenvolvimentos no país, um ano depois regressa ao país e ocupa o cargo de primeiro-ministro a convite de Kasavubu.
Durante a crise eleitoral de 1965, o coronel Mobuto, aproveitou para aplicar o seu golpe que varre Kasavubu e o seu primeiro-ministro Tshombé que volta ao seu exílio em Espanha, condenado à revelia à pena capital em 1967, viria a falecer numa prisão domiciliar em Argel em 1968/9.
Logo a seguir à sua morte, os seus fieis, em particular os seus "Gendarmes katangueses" sentiram-se inseguros sob a ditadura do jovem Coronel Mobuto.
Aí começam uma nova aventura que consistiu em atravessarem a fronteira e entregarem-se às autoridases coloniais portuguesas em Angola 🇦🇴 na provincia da Lunda, passando a fazer parte das unidades de apoio às tropas coloniais contra os nacionalistas dos Movimentos de Liberação de Angola, UNITA, MPLA e FNLA até aos acontecimentos de 25 de Abril 1974 com a queda do regime colonial fascista de Portugal.
Em finais desse mesmo ano, com a conivência e sob os auspìcios das ainda autoridades coloniais portuguesas, na localidade de Kossa no Lukapa, foi assinado um acordo secreto entre o MPLA e o agora denominado FLNC (Front de Liberation National du Congo).
Esse acordo consistiu basicamente em os Katangueses ajudarem o MPLA a tomar e consolidar o poder em Angola 🇦🇴 em violação ao Acordo de Alvor e e reciprocidade, o Governo formado em Luanda depois apoiar o FNLC na sua ambição de tomar o poder no então Zaïre do Marechal Mobuto.
Foi assim que em Março de 1977 os ex-gendarmes Katangueses agora sob novo rosto de FNLC, sob o comando de Nathaniel Mbumba a partir de Angola e com apoio do governo de Agostinho Neto em homens e material fizeram uma primeira tentativa de tomada da província do Katanga/Shaba.
Mobuto apanhado de surpresa, pede o apoio de Marrocos que frustrou assim aquela primeira tentativa.
No ano seguinte 1978 mais uma tentativa de atingir o Shaba II, desta vez com o apoio das FAPLA e cubanos.
Mais uma vez Mobuto é salvo "in extremis" desta vez por forças especiais francesas e belgas em acções combinadas.
Prescreveu assim o acordo/contrato que ligou durante anos aquelas duas organizações e com ele o concelamento do último comboio para o Katanga...
Quanto ao destino dos protagonistas Katangueses, o tempo encrregou-se de definir pois somos todos comuns mortais.
Nas andanças por esta imensa Angola, com certeza que os seus descendetes foram ficando e hoje, desde o longínquo 1968 passaram-se duas gerações e uma vez mais o tempo, sempre ele, encarrega-se de conferir as pessoas um determinado estatuto.
Apátridas não são de certeza, pelos serviços prestados pelos ascendentes, desde a época colonial.
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