JÚLIO BESSA DESVALORIZA O ENSINO SUPERIOR E O POLO UNIVERSITÁRIO NA PROVÍNCIA DO KUANDO KUBANGO



A Sociedade Civil, particularmente a juventude do Kuando Kubango, mostra-se agastada com a governação de Júlio Marcelino Vieira Bessa, há 2 anos no cargo, por conta da gestão danosa do orçamento e das verbas do PIIM alocadas à província. Realçar que o mesmo sucedeu Pedro Mutindi que era muito querido e estimado no seio da população.


Muitas obras da gestão anterior, foram relegadas para último plano pelo governador actual, senão mesmo esquecidas,  nomeadamente o Hospital Sanatório de Menongue, o Estádio Municipal de Menongue e, principalmente, o Pólo Universitário de Menongue onde devia funcionar a reitoria e os serviços académicos. 


Actualmente, a  Universidade Kuito Kuanavale não tem uma infraestrutura própria. A reitoria funciona num edifício que seria para o Centro Oftalmológico de Menongue e as salas de aulas estão no antigo edifício onde esteve o Instituto Médio de Saúde, leccionando os cursos de Biologia, Matemática, Informática de Gestão Empresarial, Enfermagem e Gestão  Turística, desde 11 de Maio de 2009 até a data presente. 




O pólo universitário de Menongue, está localizado no bairro Tchivonde, nas proximidades da Casa Militar e desde 2013 que se encontra em situação de abandono, pois as obras estão paralisadas. O mesmo projecto seria uma mais-valia, pois prevê a criação de mais especialidades, contando com aquelas que são leccionadas desde 2009 totalizaria cerca de 15 cursos/ especialidades nomeadamente Agronomia, Medicina, Comunicação social, Construção civil, Arquitectura e Ambiente, entre outros.  


Segundo desabafou um dos jovens que preferiu o anonimato, “aquilo se transformou num esconderijo de gatunos e pastagem dos bois”. 


Muitos jovens contactados mostraram-se inocentes, pois desconheciam a existência de tal projecto universitário. 


Este facto, obriga a grande maioria de jovens a deslocar-se para outras províncias adjacentes a procura de uma especialidade que não seja leccionada na universidade local. As províncias mais visadas nesta busca desenfreada por uma formação superior são a Huíla, Benguela e o Huambo.


Os jovens inclusive, acusam o governador de menosprezar os anseios da juventude, pois num dos seus pronunciamentos, alega-se que o causídico proferiu as seguintes palavras: “não há necessidade da província ter essa magnífica estrutura, porque na província não tem jovens para estudar nesse polo”. Ainda acrescentou dizendo que não há necessidade de ter curso de Arquitectura porque os estudantes que seriam formados na província não teriam onde trabalhar. Portanto, “esqueçam aquele polo porque foi um erro ter colocado esse projecto cá em Menongue”, salientou o Governador. 


Júlio Bessa, aconselha a Juventude a opostar somente na agricultura, em vez de se preocupar com o pólo universitário e orgulhar-se com o facto de o Kuando Kubango “ser  um dos maiores produtores de cebola e alho”. 


 “Exc. Sr Júlio, aquele polo não pode ficar aos escombros … queremos estudar , estamos cansados de Biologia, Matemática e informática” desabafa um dos  jovens. 


Os jovens sentem-se indignados e levantam algumas questões:

1-Será que no Cuando Cubango não gostam de estudar?

2-Será que vamos sempre emigrar para outras províncias a fim de fazer um curso superior? Até quando isto vai continuar?

3 – O que é que os Ngangela fizeram para merecer tamanha humilhação e sofrimento?

4 – Será que não temos nenhum Ngangela que ama a nossa província, com capacidade e qualidades para governar a mesma? 


Com a implementação do PIIM, julgou-se que a província daria passos gigantescos rumo ao desenvolvimento, mas nada disso está a acontecer, facto que tem aumentado o descontentamento no seio da população. 


Para o professor e activista, Geraldo Dala, por conseguinte natural da mesma província, nenhuma nação ou sociedade progride sem quadros qualificados e diversificados. Duplicar, triplicar, quadriplicar ou quintuplicar o investimento na educação é dar passos gigantescos rumo ao desenvolvimento. Neste sentido, Júlio Bessa, deve abandonar o Kuando Kubango, já deu provas da sua incompetência e deve ser imediatamente exonerado por quem lhe colocou no cargo e deu-lhe a nobre missão de dirigir um povo pacífico e ordeiro.


“O Kuando Kubango, é uma terra potencialmente rica, mas a pobreza, a miséria e o desemprego são as grandes hecatombes que dizimam de forma silenciosa os jovens da nossa província. A província precisa de quadros que sejam também naturais da mesma. Não pode continuar a importar quadros, quando os seus próprios filhos são marginalizados pela falta de um ensino qualificado e diversificado” disse Dala. 


Desde que chegou no Kuando Kubango, Júlio Bessa tem vindo a causar enormes desastres a nível social, cultural e político, desrespeitando todo um povo, perseguindo inclusive as autoridades tradicionais (os sinais e reis locais). Não podemos aceitar isso. Deste modo, o activista desafia Júlio Bessa a dizer onde vão os 50 milhões de dólares do PIIM? Quais são as obras e que impacto têm na vida da população? O PIIM no Kuando Kubango não existe e não se faz sentir. O Júlio Bessa deve sair daí imediatamente, o seu plano político é de relegar o nosso povo ao campo, enquanto sectores importantes da administração pública e não só, serão ocupados por pessoas provenientes de outras províncias onde há diversificação académica. Esta falta de quadros nativos tem contribuído significativamente para o retrocesso da província, pois muitos que lá vão não amam a nossa terra, apenas roubam, sugam o dinheiro e retornam à sua procedência com os bolos cheios, rematou Geraldo Dala. 


Segundo apurou a nossa investigação, as obras do executivo anterior andam paralizadas pelo facto de o executivo actual querer substituir as empresas antigas a quem já foram adjudicadas as obras por outras que sejam ligadas a pessoas que estão no poder neste momento. Este é o facto que tem criado maiores constrangimentos e subdesenvolvimento do Kuando Kubango.



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