Quase ninguém acredita que as eleições gerais de 2022 possam vir a ser livres, justas e transparentes, a fazer fé nos resultados do meu último «referendum popular», lançado na quinta-feira 24. Tendo em conta que os processos eleitorais em África são normalmente fraudulentos, a questão era: «Acredita que em 2022 Angola possa vir a constituir-se numa excepção à regra? Diga sim ou não».
Provavelmente por alguma cagunfa ou por falta do bom hábito de emitir opinião sobre os assuntos da vida pública do país, a participação dos cidadãos foi fraca, podendo assim «relativar» por defeito a projeção que se nos permite fazer, embora não restem dúvidas quanto à esmagadora vitória do «não». Se fosse o organizador das próximas eleições, em nome da seriedade, sempre haveria de me preocupar com o baixo nível de credibilidade que os cidadãos depositam no processo, ainda que a amostra possa parecer insignificante à primeira.
Na minha página, em 17 votantes, apenas um não deu o «não» de primeira, para depois acabar por emitir uma opinião muito confusa. «Salas Neto, espero bem que sim, mas (quase) tudo aponta para que não venha a ser assim!», disse o cidadão LMS Ferreira, na sua declaração de voto. Para falar verdade, não o entendi, nem um pouco mais ou menos.
Já no «círculo eleitoral» que monto tradicionalmente no portal «Conversa à sombra da mulemba» desde que criei este espaço de opinião, entre 11 participantes, nove disseram que não acreditam que as eleições de 2022 venham a ser limpas, tendo um chegado a declarar que, ao contrário, serão a maior fraude eleitoral já ocorrida em toda a África. Dos dois restantes eleitores, um disse acreditar que serão «eleições exemplares», enquanto o outro não conseguiu definir-se, ficando-se em titubeios até ao fim, se-se-se, na conversa que teve com um Victor Rosário operário a pedir-lhe para que optasse e ponto final.
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