Embora fosse extraterrestre à Matemática, com potencial para chegar à NASA, como já aqui sabulei, modéstia à parte, o que me aconselharia a buscar formação no campo das ciências exactas, acabei por fazê-lo nas ciências sociais. Não obstante o desvio, sempre daria tareia também nesse domínio, ao conseguir ser, ainda que a estudar a brincar, um dos dois melhores alunos do terceiro curso do INE Garcia Neto, na especialidade de História e Geografia, ao lado da Alexandra Aparício, sim, essa mesmo, a directora do Arquivo Histórico Nacional.
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Já no ensino superior seria brutalmente impedido de concluir o curso de direito em tempo útil pelos sequazes de José Eduardo dos Santos, que, entre outras piruetas, deram sumiço ao meu processo individual na Agostinho Neto durante oito anos, entre 2000 e 2008, ao fim duma perseguição implacável, que começou a partir da altura em que fui parar sem querer no Folha 8, em 1995, ido da agência Movimento do João Melo, gajo que me despediu poucos meses depois de me ter aliciado a deixar o Jornal de Angola nesse mesmo ano. O máximo que consegui foi fazer o segundo ano, ainda assim com uns rabos, sendo que há cadeiras que engoli que já não constam, como a famosa TED, Teoria de Estado e do Direito, que era dada por um retró truta, cujo nome já lhe esqueci mbora, não sei se já morreu ou está nas Relações Exteriores, que é um dos sítios deles.
Seja como for, sempre cometi algumas barbaridades na universidade, como fazer Teoria Geral do Direito Civil ou dispensar a Direito Constitucional sem assistir aulas, sendo que, mesmo a estudar nessas condições difíceis, a minha média é 12, o que não está ao alcance de qualquer kangandala, modéstia à parte outra vez.
Mesmo cego e já semi-velhoto, estou com uma grande tesão para acabar o curso a bem ou a mal, gostava de fazê-lo em Coimbra por uma questão de honra, partindo do princípio de que já não haverá perseguição quase institucional, como aconteceu ao tempo do velho Naná, mas sim, ao contrário e até por justiça, teria é de beneficiar duma espécie de patrocínio estatal, em jeito de compensação pelos graves males que o antigo regime fascista de JES provocou à minha pessoa.
Eis a minha tese de doutoramento: «A anti-democraticidade básica da Constituição angolana de 2010». Sustentação: por anular à partida o princípio da separação de poderes, um dos itens fundamentais da organização democrática dos estados, ao permitir que o Presidente da República subjugue a Assembleia Nacional, na condição de líder do partido maioritário, por via da disciplina interna do Glorioso, que não permite nenhum desvio na hora da votação. Ora, nessas circunstâncias, em que dispõe duma «maioria abusiva» no hemiciclo, o chefe do poder executivo faz o que quer do poder legislativo, esfarelando assim a independência que esse órgão de soberania deveria ter, ainda que a constituição lhe consagrasse textual e explicitamente a competência para fiscalizar sem curvas a acção do governo.
Assim, parece-me inócua qualquer «revisão pontual» que passe alegremente ao largo da alteração do sistema eleitoral, que é o que dá azo a esta e outras «anti-democraticidades», acabando ainda por estimular o sentimento de pertença do Chefe de Estado a um dado partido, quando o ideal, em nome de todos os cidadãos, seria precisamente o contrário, ou seja, separar o presidente dos militantes deste ou daquele partido, pelo menos institucionalmente.
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