A Angola Telecom obteve prejuízos na ordem dos 32,4 mil milhões Kz (equivalente a 49,8 milhões USD) durante o exercício económico de 2020, conforme as contas da empresa divulgadas pelo Instituto de Gestão de Activos e Participação do Estado (IGAPE).
Os prejuízos foram inferiores em 21% face ao registado em 2019 (41,2 mil milhões Kz) e à semelhança do ocorrido naquele ano, os mesmos transitam para o actual exercício económico, conforme proposto pelo conselho de administração da empresa.
As contas revelam que os Proveitos Operacionais totalizaram 19,9 mil milhões Kz no exercício de 2020, uma diminuição na ordem de 17,59% face ao exercício de 2019. Esta variação deveu-se essencialmente à mudança negativa registada na rubrica de prestação de serviços, ligada à actividade operacional desenvolvida pela empresa.
Neste quesito, importa lembrar que Angola Telecom está em fase de desinvestimento nos serviços prestados ao consumidor final e a repassar essa operação para terceiros de modos a focar nas operações de infraestruturas como avançado recentemente ao Jornal de Angola pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem.
Já os outros proveitos e ganhos operacionais sofreram uma redução pouco significativa. A diminuição da facturação de 2020 face a 2019 resultou na limpeza da base de dados da empresa (cancelamentos de linhas e de circuitos dos clientes e registou-se a desistência de alguns clientes). Refere o relatório, os Custos Operacionais, registaram um aumento de 4,37% face ao ano anterior. O Resultado Operacional atingiu valor negativo, quando comparado com o ano anterior e apresentou uma evolução negativa na ordem de 947,09% estando em 4.726 milhões Kz negativos.
Os Resultados Não Operacionais, registaram uma evolução negativa em 136,58% o que significa que houve menos correcções de anos anteriores, menos multas e penalidades contratuais comparativamente ao ano de 2019. Registou-se a reposição das provisões – cobrança duvidosa.
No que concerne aos activos se observa uma diminuição de 2,7%, ao sair de 120,3 mil milhões para 117,08 mil milhões Kz. Os passivos aumentaram de 223,9 para 253,2 que representam um valor de cerca de 13,5% do capital próprio e passivo.
Reforço de capitais
A Angola Telecom poderá reduzir a participação no capital social da Movicel para captar recursos para futuras operações, segundo uma fonte contactada pelo Mercado. Questionada sobre o tema , a direcção de comunicação da Angola Telecom não respondeu até ao fecho desta edição.
Actualmente o Estado está no capital social daquela empresa de telefonia móvel com apenas 18%.
A Movicel foi constituída em 2002 com um capital social 500 mil USD (equivalente 23,8 milhões Kz ao câmbio histórico), tendo a Angola Telecom subscrito nesta data 99% do capital social.
Em 26 de Agosto de 2009, a Resolução n.º 0 67/2009, do Conselho de Ministros, aprovou a privatizaçäo da Movicel, ficando a Angola Telecom com uma participação de 18% do capital social, integralmente realizada.
Em relação participações em outras empresas, a Angola Telecom detém ainda uma participação no capital do Banco de Comércio e Indústria de 0,45 que será privatizado na totalidade.
A Angola Telecom – E.P continua a deter a licença de terceiro operador de telefonia móvel, disse para o Mercado o director Nacional de Informação e Comunicação Institucional do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS).
A libanesa Africell, que começa a operar em Dezembro deste ano, venceu o concurso público para a quarta operadora de telecomunicações no País. Em declarações a este jornal, o director Nacional de Informação e Comunicação Institucional do MINTTICS, António de Sousa, começou por dizer que: “Não mudou nada. A Angola Telecom tem uma licença de Título Global Unificado (TGU) que pode ser utilizada quando ela entender”.
Segundo ele, não há recuo tácito naquela empresa pública, mas o que está a ocorrer “é um processo que não se realizará neste momento como inicialmente havia sido proposto”, sem, contudo, avançar mais pormenores.
Num despacho presidencial, datado de 04 de Novembro de 2019, o Executivo autoriza “excepcionalmente” a subconcessão do serviço móvel da Angola Telecom, à empresa Angorascom Telecomunicações S.A.
O documento não explicitava as razões para a autorização “excepcional” da subconcessão do serviço móvel da Angola Telecom, referindo-se apenas, na altura, à necessidade de “garantir a promoção da concorrência na oferta de redes e serviços de comunicações electrónicas em todo o território nacional”.
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