Eis a resposta possível, como me reportei, com algumas modificações, ao meu amigo Ardaia Chinduma, que mo perguntou, a propósito do meu post anterior.
‘O “Ordem superiores” parece não ser uma pessoa concreta. Mas adora encarnar em várias pessoas e atemoriza toda a gente, especialmente, os nossos presidentes da República, apesar de reivindicar para eles tantos e exagerados poderes que poderiam utilizar, e muito bem, para fazer de Angola uma pátria capaz de dar a cada um o suficiente para viver com um mínimo de dignidade. Mesmo que uns fossem mais ricos que os outros, como acontece em todo lado, porque o nosso país é extremamente beneficiado pela natureza e abençoado por Deus.
Meu amigo imbinda, o inesquecível Raul Danda, gostava muito de terminar as nossas conversas em umbundu e volta e meio dizia: mais velho, “ondiangu”. É difícil palavras de uma língua traduzirem exactamente outras de outras línguas. Mas talvez “ondiangu”, que significa, mais ou menos “azar”, em português, possa aproximar-nos um pouco da ideia do nosso “Ordens Superiores-OS”. Agora, que o Sr é complicado, é. Quando vê que as coisas estão fáceis demais Ele chega e complica.
Como eu não tenho um dispositivo para investigar e precisar quem é, exactamente, e onde reside Sa Exa o Sr OS, pedi que aqueles que têm esta possibilidade se esforçassem neste sentido, por exemplo, os jornalistas de investigação (club k, Maka Angola e outros). Talvez assim pudéssemos ir ter com Ele e dizer-he: calma, isso chega para todos! Agora que Ele existe, existe mesmo. Vê-se pelos seus actos tão desprovidos de lógica (lol).’ E a desestruturar, constantemente, a vida do Povo – acrescento agora!
Só para referir um exemplo, há tempos falei (dou a mão à palmatória) um tanto quanto precipitadamente, do julgamento do “exonerado” rei Kalupeteka do Bailundo, em foro judicial estadual moderno, sobre um caso de foro tradicional de há uns quantos anos. Aparentemente resuscitado agora, depois que o Homem terá recebido políticos da oposição, que tinha “obrigação” de receber, se ele é Rei de toda a população. O que devia repugnar é que um rei seja “obrigado” a ser dirigente de um partido político (e, talvez por isso, submetido a uma disciplina partidária? Oh, meu Deus, são estas coisas absurdas do “ordens superiores”!).
Soube desses pormenores, em relação ao “exonerado” rei, quando começei por indangar sobre o porque do julgamento na Comarca do Huambo, quando o Bailundo tem a sua própria comarca judicial. A resposta não tardou. Na Comarca do Huambo, incompetente em razão do território, como o era de todo em todo, em razão da matéria e da oportunidade, o OS tinha maiores possibilidade da manipular a coisa e aproveitar para humilhar o futuro “exonerado”, submetendo-o a um julgamento por uma mulher (não repugnante se se tratasse de um caso de direito positivo). É impressionante, como, a partir de Luanda, de um lugar impreciso, o nosso OS conhece bem os costumes das populações do interior do país e baralha disposições tradicionais com o direito positivo estadual, para poder bater onde mais doi, contra quem quer que seja, que faça coisas de que Ele não gosta!
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