Engenheiro de formação, Carlos Sumbula, havia se tornado num dos mais importantes quadros de José Eduardo dos Santos para o sector diamantífero. Em meados dos anos 90, foi Vice- Ministro da Geologia e Minas ao tempo do GURN, e tinha a importância por ter mais poderes que o então ministro indicado pela UNITA. Foi afastado em circunstancias nunca esclarecidas e reabilitado, em Novembro de 2009, para chefiar a principal diamantífera estatal.
Antes de deixar o poder, o então Presidente Eduardo dos Santos fazia gosto de mante-lo no cargo para mais cinco anos. Porém, o novo Chefe do Executivo, João Lourenço desfazia a vontade do seu antecessor, substituindo Carlos Sumbula, por José Manuel Ganga Júnior, um economista que liderou o CATOCA por mais de 18 anos.
Sumbula acusado de cumplicidade no roubo de 180 milhões do Chitotolo
No ano de 2016, Sumbula foi acusado pelos trabalhadores do grupo Chitotolo, de cumplicidade e discriminação dos quadros angolanos e, também, delapidação financeira e patrimonial do grupo.
Delapidação essa por parte dos sócios minoritários, principalmente, a Lumanhe, pertença de generais (Armando da Cruz Neto – na reserva), Carlos Alberto Hendrick Vaal Neto da Silva, Adriano Makevela Mackenzi, Marques Correia, Jacques Raul, Luís Pereira Faceira, António Emílio Faceira (todos na reserva) e Hélder Manuel Vieira Dias Kopelipa, detentora de 15%, na sociedade (a ITM tem 40% e a Endiama, sócia maioritária, 45%).
“São mais 180 milhões de dólares desviados dos cofres da sociedade, por parte dos gerentes luso-moçambicanos, Artur Jorge Alberto Gonçalves (ITM), Alexandre Albuquerque e o luso-angolano, Victor Ventura Nunes (Lumanhe), com o apoio do engenheiro Sumbula, PCA da Endiama, com anuência do seu representante, Mambo Wola, que recebe as comissões dos outros gatunos, para o chefe, fazendo vista grossa na subfacturação e compra de equipamentos usados como se fossem novos, lesando a sociedade e os trabalhadores”, acusa o mineiro Kalembwa Tuna.
Infelizmente para satisfazer melhor a pretensão dos generais e do outro sócio, a empresa maioritária, Endiama demitiu-se das suas responsabilidades e o engenheiro Sumbula, viabiliza, desta forma, toda espécie de desfalque e roubalheira, pois com a sua assinatura ele engaja o Estado para pagar, bens não fornecidos e dinheiro para enriquecer corruptos, cujo objectivo é delapidar as riquezas do país, levar a empresa à falência e empobrecer os trabalhadores, para um dia lhes colocarem no olho da rua, com a nova Lei Geral do Trabalho, que beneficia os patrões gatunos”, denunciou Matias Zungungulay, denunciou na altura os trabalhadores do grupo Chitotolo.
Sulumba introduz empresas dos seus amigos a custo zero
Perto de 80 associados do consórcio mineiro de Tcheji (CMT) acusam o ex-PCA da Endiama de ter introduzido empresas, a custo zero, na Sociedade Mineira de Tcheji (SMT), entre as quais as Organizações BK, do empresário Bento Kangamba.
A Sociedade Mineira de Tcheji foi criada em 1996 para a exploração de diamantes no projecto mineiro de Tcheji, na Lunda-Norte, numa área de 800 hectares. O objectivo, segundo constava, passava por ajudar a superar “o atraso económico” do Leste do país.
Seis anos depois (em 2004) seria firmado o primeiro acordo de partilha, integrando quatro parceiros (Endiama E.P., com 25,5%; CMT, 25%; Somia, 9,5% e a Amic Company, com 40%), que vigoraria até 2013, “ano do
início das contradições”. A partir desse ano, a estrutura da sociedade alterou, com a saída de alguns accionistas e a entrada de outros, “por determinação de Carlos Sumbula, então PCA da Endiama”.
Em termos concretos, segundo as fontes do Lil Pasta News, o ajuste imposto por Sulumba não só provocou alterações na estrutura societária como levou à queda “abrupta” da participação do CMT na sociedade de 25 para 16%, ao passo que outros intervenientes “chamados à pressa”, como a Ysakama, as Organizações BK, a Hipergest (associada ao MPLA) e a Escom Mining (do extinto Grupo Besa), ficaram com 2%, 7%, 6% e 40%, respectivamente.
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