As lutas por "protagonismos palacianos" sempre foram uma maka no seio do MPLA desde o alcance da Independência em 1975.
O 27 de Maio de 1977 (dois anos depois da Independência), que terá dizimado duas gerações de intelectuais angolanos e terá adiado a evolução de Angola, foi um (mau) exemplo do que o ser humano pode fazer para estar ao lado do Presidente da República e poder exercer as suas influências, muitas vezes para fins pessoais contra uma pátria inteira.
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Depois do 27 de Maio, durante o "legado" de José Eduardo dos Santos, a 20 de Setembro de 2007 (30 anos depois do 27 de Maio), Fernando Garcia Miala, antigo director dos Serviços de Inteligência Externa (SIE), demitido em 2006, chegou a ser condenado a quatro anos de prisão efectiva pelo Supremo Tribunal Militar (STM), pelo crime de insubordinação, tendo cumprido a pena.
Miala cumpriu a sua pena e os "marimbondos" saquearam o país inteiro. Hoje ninguém tem dúvidas de quem estava no caminho errado e quem estava no caminho certo.
Os "donos das Casas Militares" afastaram, com "guerras palacianas", a pedra no sapato no combate ao crime: Fernando Garcia Miala.
Estranhamente, três colaboradores de Fernando Garcia Miala foram condenados a dois anos e seis meses de prisão efectiva, na altura, por não terem comparecido numa cerimónia de desgraduação no Estado-Maior General das FAA, por ordem do seu chefe, o general Francisco Furtado (exactamente a mesma pessoa que hoje, 31 de Maio de 2021, é nomeada ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República de Angola), substituindo Pedro Sebastião.
Pude observar ao longo do dia de hoje textos a circularem nas redes sociais e entrevistas estranhas à Rádio Despertar, dando conta de um alegado envolvimento de Miala no caso Lussaty.
Se foi o SINSE que abriu a Operação Caranguejo em 2018 (justamente no ano em que Fernando Garcia Miala é nomeado Chefe do SINSE pelo Presidente da República João Lourenço, depois de ter sido acusado de que pretendia dar golpe de Estado ao Governo de JES em 2006), como se pode compreender um seu envolvimento nos roubos das "fortunas" na "Operação Caranguejo", que ele próprio abriu?
Não será justamente o contrário: é mesmo o general Miala que abriu esta investigação, fruto do conhecimento operativo que tinha na altura (dos "marimbondos" de JES) e que por causa disso o condenaram para não atrapalhar o saque ao país?
Francisco Furtado (que ajudou na condenação dos três colaboradores de Miala) entra hoje na Casa de Segurança do Presidente da República e já vejo textos a envolverem Miala no caso Lussaty.
Coincidência?
Prevejo, pela minha observação, um novo "golpe de Estado" de Fernando Garcia Miala nos próximos tempos, se João Lourenço não estiver atento aos sinais operativos.
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