Começou o tradicional "jogo de empurra", típico de (des)gestores públicos obcecados pelo Poder.
Em comunicado distribuido aos órgãos de comunicação social públicos, o BNA afirma que os volumes de notas com selos do Banco Nacional de Angola, apreendidos no quadro da "operação caranguejo" foram levantadas num Banco Comercial, sem, no entanto, citar o nome da referida instituição bancária. Dito de outro modo mais simples, o BNA não quer assumir o "barulho". O Governador do BNA, José Massano Júnior sacudiu a água do capote, atribuindo responsabilidade a um Banco Comercial "misterioso" e rotulado os angolanos de idiotas.
É anedótico o comunicado do BNA, eivado de vícios e hipocrisia, ignorando a sua função de entidade reguladora da moeda em circuição no mercado nacional. Afinal, não estamos a falar de tostões, mas sim, de "levantamento" de biliões em moeda nacional e estrangeira.
Desse modo, o BNA acaba de se exonerar de toda responsabilidade, ou seja, "lavou às mãos" como se não tivesse responsabilidade de fiscalizar todo o sistema bancário, bem como o rumo que os bancos comerciais dão as respectivas notas.
A Unidade de Informação Financeira (UIF) tem a missão de combater o branqueamento de capitais e a outros crimes financeiros. Logo, se a UIF "fechou os olhos" na transações financeiras ilegais, tais como a transferência feita pelo Major Lussaty, na ordem de um bilhão de dólares, significa que esta Instituição adstrita ao Banco Nacional de Angola não conseguiu cumprir com o seu papel, e por via disso, o titular do BNA deve ter a "cabeça à prémio".
Ao demarca-se da operação caranguejo, o Banco Central de Angola parace dar sinal de atirar mais esse roubo de avultadas somas de dinheiro para "debaixo do tapete", sem mencionar as pessoas envolvidas no BNA e nos respectivos bancos comerciais. Como é de praxe, o argumento será: "não podemos nos pronunciar para não atrapalhar a investigação". Caso para sustentar a ideia que, a luta contra à corrupção é uma autêntica farsa.
Pelo andar da carruagem, a operação caranguejo vai fazer jus ao nome (caranguejo), ou seja, podemos estar diante de um caso que ja se conhecem os protagonistas, mas a "investigação" caminha ao ritmo de um caranguejo: anda pra traz, pra frente e pra os lados, quando pensarmos que estamos prestes a apanha-lo, Ele se enfia no buraco.
Enfim... Cambadas de Caranguejos!
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