Governador do Banco Central Angolano (BNA) José de Lima Massano deveria pedir “demissão” – Pedro Manuel



A saga do major Paulo Lussaty funcionário da CASA Militar do Presidente da República, que levantou legitimante mais de dois biliões de dólares em menos de dois anos é o melhor exemplo para justificar que a luta contra corrupção em Angola não tem pernas para pelo menos engatinhar. 


O actual presidente de Angola, João Lourenço, tem ignorado os alertas postos a circular nas redes sociais segundo as quais que esta ladeado de corruptos. Estes -corruptos- por seu lado, para salvaguardar os seus postos de trabalho e manter a sua intelectualidade « intacta » têm adulterado as informações e os relatórios que submetem para a presidência contêm muitas inverdades. Por outras palavras, os actuais ministros continuam a desrespeitar o erário público. E logicamente, os conselheiros do PR são coniventes em muitos assuntos relacionados a corrupção. Estamos perante uma bajulação aguda e duplicada relativamente ao mandato do ex-presidente José Eduardo dos Santos.



Se o actual PR da república insiste em não acreditar que tem um governo corrupto e que funciona alem dos padrões exigidos internacionalmente como se justifica, ter saído de um BANCO NACIONAL DE ANGOLA, centenas de caixas de dinheiro com selo do BNA? Se fossem notas soltas poderíamos colocar a hipótese de que alguém levantou num dos balcões ou feito múltiplas transferências bancárias. Estas caixas nao sairam pela porta traseira do banco e teve o aval do BNA resondendo um pedido da casa da presidencia. Estamos perante um disfuncionamento total e inadmissível de uma instituicao que se chama BNA. O líder desta instituição e seus cúmplices não podem ficar impunes.


O BNA como instrumento regulador da moeda em circuição no mercado sabe perfeitamente que os manuais sobre moeda e finanças recomendam que se apliquem medidas e meios para controlar milimétrico a quantidade em “cash” em circulação. Logo, com este controlo ajudaria a monitorizar os preços e avaliar o nível da inflação por exemplo. E muito recentemente o governador do BNA apelou a importância dos mercados informais criarem métodos que facilitassem o BNA a monitorizar o dinheiro em circulação. Uma contradição entre teoria e prática.


Estamos perante um conflito de poderes e que violam significativamente os alicerces básicos da banca e finanças. O BNA não pode se submeter a «ordens superiores » da casa da Presidência da República. No BNA existe um governador ou um agente ao serviço da casa da presidência que aceita retirar do sistema bancario bilhões de dólares, euros e Kwanzas em cash a sair do sistema e colocar no mercado informar com destinos inconfessos. O BNA tem poder legal e legítimo para impor a ordem e cumprimento dos meandros financeiros exigidos pela banca internacionalmente.É uma vergonha total para o sistema bancário angolano. Estas violações constantes não oferecem credibilidade ao governo e são dentre as várias razoes que tem afugentado empresários estrangeiros em vir investir em Angola.


Paulo Lussaty, é uma gota no oceano atlântico sobre a corrupção em Angola tendo em conta da função que ele desempenhava na casa militar do Presidente. É claro que Paulo Lussaty, é testa-de-ferro de generais influentes na casa militar do Presidente suportada com a inoperância do modelo bancário do BNA.


Quem mais irá acreditar nesta luta contra a corrupção em Angola? Acredito que ninguém e inclusive aqueles que até ontem acreditavam com este último episódio deixarão de acreditar nesta forjada luta contra corrupção tanto propagada pelo MPLA. As exonerações em massa de ontem assinadas pelo PR João Lourenço na casa de Segurança da Presidência associada a este saque dos cofres do estado não é o suficiente. É imperioso rever a debilidade bancária, irresponsabilidade da coisa publica, falta de segurança bancária, vícios corruptíveis herdados do passado e implementar um sistema bancário que obedeça rigorosamente as regras internacionais sobre o branqueamento de capitais. Associado aos factores referidos esta na liderança do BNA que carece de líderes verticais, com convicções próprias, profissionais e que se vinquem pelos ditames académicos e que honrem com zelo o compromisso assumido perante a lei em servir o país e não as ocultas ordens superiores. Neste momento o executivo não pode ter um governador pendurado no MURO como se diz na gíria e conivente com a corrupção no passado.


Desde 2017 que o executivo de João Lourenço não se cansa regularmente em rogar a população para apertarem os cintos devido a crise financeira que o país atravessa justificando que o estado não tem capital suficiente para satisfazer as necessidades exigidas pela população. Hora veja o paradoxo: Um major e seus cúmplices abocanharam-se de mais de dois bilhões de dólares em menos de dois anos. Com este dinheiro quantos hospitais e escolas seriam possível se construir? Quantas mortes seriam evitadas?


O caso em análise não se reflecte apenas nos dois bilhões roubados do cofre do estado. Estamos sim a falar da falta de ética de governantes egoístas que em detrimento pessoal ignoram o clamar da população que tem exigido melhores condições de vida. Por exemplo, a falta de infra-estruturas funcionais como fornecimento de água potável e energia eléctrica. O número de Criança que não frequenta o ensino escolar é assustador e o executivo alega não ter dinheiro para construir mais escolas. E a lista de necessidades básicas é infinita e que dois bilhões de dólares ajudariam significativamente a resolver muitos destes problemas.


Enfim, não tem lógica ou nexo para perceber como centenas de caixas de dinheiro com selo do BNA foram parar na casa de um major ao serviço de generais da Presidência. Só o governador do BANCO NACIONAL poderá justificar porque foram violados os princípios básicos técnico-financeiras exigidas internacionalmente.


A actual lei contra a corrupção aprovada pelo MPLA a dois anos não responde os anseios da população partindo pelo princípio de se incluírem cláusulas imiscuas que não permitem uma real transparência. Dentre elas, o que foi recuperado exactamente e o destino dos fundos recuperados. Se a premissa, é lutar contra corrupção porque tanto secretismo?


O corrupto mata pessoas inocentes. A corrupção atrasa o desenvolvimento do país e consequentemente a sentença teria ser máxima para todos os governantes corruptos.


Tenho dito: Não é possível um corrupto combater a corrupção!



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