Embaixador francês vai a Benguela mas “não consegue encontrar-se” com governador para discutir investimentos



O embaixador de França em Angola, Daniel Vosgien, deixou a província de Benguela, nesta quarta-feira, 12, sem conseguir avistar-se com o governador Luís Nunes, facto que causou algum mal-estar na delegação francesa. Visita tinha sido anteriormente programada, segundo a embaixada. 


Uma fonte da delegação do embaixador gaulês disse que não fazia sentido ter a delegação aguardado tanto, para ficar sem efeito uma audiência devidamente programada.



Era intenção, disse a mesma fonte, analisar com Luís Nunes as perspectivas de investimentos, mormente em relação às concessões no Porto do Lobito e no Caminho-de-ferro de Benguela (CFB).


Daniel Vosgien acabou por ser recebido pela vice-governadora para a área política e económica, Deolinda Valiangula, quem justificou a ausência do governador com questões de agenda, mas nem isso evitou “amargos de boca”.


À VOA, o director do Gabinete do governador provincial, André Adriano, disse ter explicado à Embaixada de França as razões do desencontro, que preferiu não apresentar à imprensa, e que foi percebido.


O embaixador, que visitou empresas do corredor económico, fez notar que a “para além deste (petróleo) estamos em outros sectores, com cerca de 70 empresas ou filiais em Angola. Temos vários projectos, queremos dar emprego a jovens angolanos’.


“Mas não podemos substituir as empresas privadas, temos apenas de relatar a realidade”, prosseguiu o embaixador.


Luís Nunes esteve esta manhã à conversa com empresários, num encontro em que até defendeu mais investimento externo para Angola.


Também presente, o economista e consultor empresarial Janísio Salomão fez saber que as várias promessas da Europa e outros pontos do mundo, esbarram num mau ambiente de negócios.


“Tudo isso é problemático porque os operadores privados têm informações sobre o que se passa, recebem relatórios e, por outro, olham para a posição de Angola no ranking sobre o ambiente de negócios, que é má”, aponta o economista, acrescentando que “o investidor prefere ir para uma África do Sul ou Namíbia, aqui próximo”.


Insuficiências no capítulo da energia e água, falta de subvenção nos combustíveis, mau estado das estradas e conflitos de terrenos são alguns dos problemas apresentados a Luís Nunes, os mesmos que, segundo especialistas, afugentam o investimento estrangeiro.



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