Afonso Nunes o activista político que transformou a igreja Tocoista em mais um Cap do MPLA



A igreja do Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo, transformada por Afonso Nunes é um  comité de acção política (CAP) do MPLA, é acusada de ser mais uma das agremiações que beneficiou dos milhões do povo angolano na época em que José Eduardo dos Santos era o presidente de Angola.


A igreja Tocoísta ganhou protagonismo no regime liderado por José Eduardo dos Santos, através do seu bispo, Afonso Nunes, que misturou as vestes religiosas com a de activista político do partido no poder MPLA. 



O empresário Monteiro Kapunga, deputado do MPLA, amigo pessoal do antigo presidente José Eduardo dos Santos, que também é membro dos Tocoístas e braço direito do seu líder, facilitou Afonso Nunes a tornar-se “conselheiro espiritual” do Presidente da República, assim como em um dos três líderes religiosos com mais influência no círculo político angolano.

Afonso Nunes passou a ser como que uma voz autorizada da sociedade civil e religiosa, que tinha passe livre para participar nos debates televisivos e radiofónicos, com a função de exaltar o nome de José Eduardo dos Santos. "O bispo Nunes transformou a nossa igreja em um Cap do MPLA, ele usa o púlpito sagrado do Senhor para bajular José Eduardo dos Santos”, disse um membro influente dos Tocoístas à comunicação social. 

Afonso Nunes, como recompensa, passou a ser recebido no palácio presidencial, onde, numa audiência com o chefe de Estado e presidente do MPLA, aproveitou para pedir apoio a José Eduardo dos Santos para ajudar na conclusão da catedral do bairro Golf que estava parada por mais de 10 anos, bem como o projecto da universidade tocoista.

Em reconhecimento dos bons trabalhos prestados ao partido por Afonso Nunes, sobretudo na mobilização dos fiéis tocoístas para votarem no partido da situação (MPLA), JES orientou aos administradores da Sonangol que “desembolsassem” 55 milhões de dólares para a igreja Tocoista, ou seja, para Afonso Nunes.

A partir dessa altura, Afonso Nunes deixou de medir a distância entre a religião e o activismo politico-partidário e a ostentação de poder e riqueza, situação que gerou diversas polémicas no seio dos tocoístas, e deixou indignada a sociedade em geral, não se compreendendo como um líder religioso compactuava com a corrupção, o roubo do erário público e com injustiças de toda ordem contra o sofrido povo de Angola.

Com a mudança de líder do regime do MPLA, com a chegada ao poder de João Lourenço, Afonso Nunes continua na senda anterior, passando agora a bajular o actual líder dos camaradas, para manter o “estatuto” e, claro, as benesses. 

Esta situação, em vez de melhorar o turvo ambiente interno da igreja, está a contribuir para o aparecimento de mais focos de resistência à liderança de Afonso Nunes e consequente desunião dos Tocoístas, em detrimento da propalada união. Uma fonte ligada a igreja dos tocoistas acrescentou que para acrescentar na bajulação ao Presidente João Lourenço, Afonso Nunes tem incentivado em todos os domingos que o mesmo celebra os cultos mais de um milhão de fies à votarem no partido MPLA.   (Com agências)



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