Moro numa zona residencial, no antigo Bairro Novo de São Paulo, hoje parte do «Nelito Soares», na comuna da Terra Nova, distrito urbano do Rangel, em que não há perigo de inundações, ainda que as chuvadas forem fortes, depois de uma intervenção profunda dos chineses, que resolveram há uns 12 anos atrás os graves problemas de saneamento de que enfermava.
As ruas foram todas asfaltadas, dando um ar de condomínio aberto novo. A zona ficou tão valorizada, que ninguém conseguia comprar por menos de 100 mil dólares uma «casa para partir e construir outra», que era o mesmo que um terreno de 15 por 07 metros, sendo que se fazia melhor aproveitamento com edificações na vertical. Nos dias que correm, apesar de continuar boa a demanda, já se consegue uma casa por 15 milhões de kwanzas, pouco mais de 20 mil dólares, cinco vezes menos do que se pagava entre 2012 e 2014.
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Na minha casa, erguida parcialmente de raiz, não entra água quando chove, tirando uma pequena infiltração numa parede do quintal, nada que dê preocupação por aí além. No entanto, sempre que há caídas de água do céu, o coração aperta, por conta da angústia que me assalta. É que, como se tivesse sido erguida numa zona altamente perigosa, a cada chuvada, por mais pequena que seja, aumenta o risco de desabamento do meu chalé, o que me coloca num estado de tensão nada saudável.
Parece paradoxal, mas não é, nem um pouco mais ou menos. Deixem-me explicar-vos: não tendo cumbu para mandar já edificar um «primeiro andar» ou mesmo mais, como os endinheirados têm feito, pedi ao empreiteiro que fizesse a cobertura com a chamada placa, na perspectiva de vir a erguer o segundo piso já comigo lá a morar, esperançado de que tal viria a acontecer o mais rápido possível. Me saiu. Por azar, apenas três meses depois de me instalar na meia-casa nova, a cegueira me venceu em Julho de 2015 e tudo se complicou na minha vida, especialmente no capítulo dos rendimentos. Passei literalmente de remediado a pobre, sem qualquer hipótese de vir a concluir a edificação do chalé com o que recebo da reforma e dalguns cadiengues que vou fazendo, insuficiente até só para se mandar cantar um cego que se preze, como eu. Ora, sem protecção, a cada chuvada as águas vão deteriorando a placa até que se desmoronará, caso não consiga fazer algo.
Estava esperançado em resolver o problema, construindo pelo menos um alpendre, com o dinheiro que contava ganhar na venda das «kassumunas», mas o livro, apesar de estar muito bom, deu num fiasco comercial, não sei se por inércia do editor, que nem conseguiu sequer capitalizar alguma coisa com o facto do presidente João Lourenço me ter felicitado pelo lançamento da obra, noves fora a desgraça provocada pelo novo corona vírus. Até hoje nem um tusto já recebi dele, não sei se anda mbora a me intrujar, não sei.
Um meu amigo que parecia ser das bi me prometeu patrocinar a edificação do alpendre, mas tipo era só boca dele, pois até hoje nem água vai nem água vem, fidacacha de merda, essas brincadeiras não se fazem ao filho alheio que eu sou, não sei se é a pandemia que lhe fez falhar, não sei.
Portanto, já sabem: quando a casa desabar e se eu morrer soterrado, a culpa será da UNITA. Só pode. O mais lixado é se o mambo acontecer estando eu sozinho em casa, em hora em que a sócia-gerente estiver mbora no salo. Embarcar em ás é bem salaico.
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