As obras do Centro Cultural Integral do Huambo encontram-se paralisadas há 9 anos. A voz do povo, em meio à falta de informação, avança os mais variados comentários acerca do projecto.
Uma vista do Centro Cultural do Huambo, cuja obras estão paralisadas há sete anos
“Essa obra já foi paga, na totalidade, por duas vezes. Ninguém, até hoje, sabe ao certo como foi aplicado o dinheiro disponibilizado pelo Estado. Na realidade, foram largos milhões de dólares. Há quem fale mesmo em mais de 53 milhões de dólares”. Esta descrição é de um jovem fotógrafo, assegurando ser esta a “notícia” que corre, de boca-em-boca, um pouco por toda a cidade e arredores.
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O jovem, que finta o desemprego com o serviço de fotografias no Jardim da Cultura, diz estar desiludido por não ver a obra concluída. “Começou em 2011 e ficou para ser entregue, em 2015, pela Soares da Costa”, sublinha, acrescentando que “o letreiro, mesmo fusco, descrevendo tudo sobre a obra”.
“Já passaram mais de quatro governadores e cada um fez as suas promessas, sem nada avançar. Está-se, agora, à espera para ver o que é que a governadora atual pode fazer em relação à obra”, acrescenta outro fotógrafo, “com mais de trinta anos de experiência”, como se gaba.
Quando se questiona alguém ligado ao Governo Provincial do Huambo sobre os valores já aplicados surgem apenas evasivas e divagações. Há quem assegure - pedindo-nos anonimato – que 53 milhões de dólares já terão sido aplicados nas obras do Centro Cultural.
“No tempo do ‘dinheiro fácil’, houve, além dos 53 milhões de dólares, mais três tranches de 14 milhões de dólares cada, perfazendo, no total, 95 milhões de dólares”, contabiliza, com propriedade, quem, provavelmente, conhece os meandros da empreitada e engenharia financeira.
Mas, na sede do poder local, ninguém confirma a veracidade dos números. “Tudo especulação”, diz categoricamente um funcionário. “Acham que se fossem todos estes valores, que são apontados, a obra já não teria determinado há muito tempo?”, questionou.
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