No âmbito do combate à corrupção em Angola e para se perceber melhor determinadas ‘engenharias’ propositadamente criadas para desviar as atenções do foco principal do assunto e baralhar posições, um ex-quadro sênior do Banco Nacional de Angola (BNA), denunciou ao jornal ‘Confidence News’ que grande parte da carteira de depósitos dos bancos comerciais do país, resulta de actividades ilícitas, sobretudo da corrupção no sector público.
De acordo com a fonte citada, os maiores aforradores angolanos são políticos, generais das Forças Armadas, Polícia Nacional, serviços de inteligência, juízes, procuradores, quadros superiores da administração central, ex-gestores de empresas públicas e seus familiares, pela facilidade com que obtêm os dinheiros, ou seja, produto de roubo.
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«Infelizmente, em Angola, um político, familiar ou ‘testa-de-ferro’, tem mais dinheiro aplicado num banco, que um empresário», lamentou o ex-funcionário do Banco Central.
A fonte avançou ainda que entre 2002 e 2016, os bancos angolanos não questionavam a origem de fundos dos seus clientes, até porque muitos deles«eram encaminhados aos gestores, através de um membro do conselho de administração da instituição».
«O BNA sempre fechou os olhos, porque também funcionou como um centro de corrupção e nunca exerceu o seu real papel de regulador e supervisor do sector bancário», salientou.
Tais montantes em dinheiro circulavam em grandes bancos como BAI, BFA, BIC, BPC, BESA, BNI e Banco Sol, mas também em pequenos bancos que surgiram posteriormente.
O profissional bancário disse na ocasião que,«caso se queira combater verdadeiramente a corrupção e localizar os fundos desviados», devia ser criada uma comissão integrada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Unidade de Informação Financeira, Banco Nacional de Angola (BNA), Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE).
C.N
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